Em participação em evento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra neste sábado (11), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontou que a democracia “liberal burguesa” está em crise e classificou as escolas do movimento como “um exemplo” do que “é capaz o povo organizado”.
Segundo o MST, também estiveram presentes em Guararema, na Região Metropolitana de São Paulo, representantes da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), do Sindicato dos Advogados de São Paulo, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Transforma MP, entre outras entidades. Outros participantes foram integrantes do governo federal e advogados ligados ao PT.
“Quero começar dizendo que muitos me chamaram de excelência, mas quero dizer que excelência é o povo brasileiro. Visitando a Escola do MST [Escola Nacional Florestan Fernandes], percebi do que é capaz o povo organizado. E a escola é um exemplo disso”, afirmou Lewandowski, que vai se aposentar do STF compulsoriamente em maio, quando completará 75 anos.
Ao comentar o tema do evento, que o MST disse ser “reafirmar a defesa da democracia e da participação popular no Brasil”, o ministro do STF alegou que os participantes tinham “uma visão de mundo comum”.
“Tudo muda, tudo se transforma, mas é preciso que tenhamos um norte, valores, princípios e uma visão de mundo, ou uma ideologia. O que nos une é uma visão de mundo comum. Uma visão na qual o povo é dono do seu destino, com o objetivo de construir uma sociedade mais justa, igualitária e mais fraterna”, afirmou Lewandowski. “Cada qual aqui tem sua trincheira e está lutando em prol da concretização do que acreditamos ser a democracia.”
O ministro do STF também defendeu que as reformas trabalhista e da Previdência deveriam ser submetidas a referendo e criticou o que chamou de democracia “liberal burguesa”.
“A democracia está em crise, todos dizem isso. Mas o que está em crise, na verdade, é a democracia representativa, liberal burguesa, a democracia dos partidos, na qual, tenho certeza, nenhum de nós se sente representado adequadamente. Essas crises sucessivas têm uma raiz profunda, que é o sistema político que, de fato, não nos representa”, afirmou Lewandowski.
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