Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Adiamento

Fux pede vista em julgamento sobre foro privilegiado

Fux pode analisar por até 90 dias um recurso que pretende mudar transição para regras relativas ao foro privilegiado.
Fux pode analisar por até 90 dias um recurso que pretende mudar transição para regras relativas ao foro privilegiado. (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

Ouça este conteúdo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux pediu vista, nesta quarta-feira (17), em um julgamento que analisa a extensão do foro privilegiado. Com o pedido, o processo pode ficar parado por até 90 dias.

O relator do habeas corpus é o ministro Gilmar Mendes. Na decisão original, já fixada, a Corte decidiu que "a prerrogativa de foro para julgamento de crimes praticados no cargo e em razão das funções subsiste mesmo após o afastamento do cargo, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam iniciados depois de cessado seu exercício."

VEJA TAMBÉM:

Recurso da PGR questionou processo de mudança de foro

Após a fixação da tese, que alterou o entendimento vigente desde 2018, a Procuradoria-Geral da República (PGR) opôs embargos de declaração, solicitando maior detalhamento da Corte sobre como essa decisão afetaria ações já em curso ou encerradas. Gilmar acolheu o pedido e votou por incluir novas regras:

  • As alterações no foro privilegiado valem também para cargos vitalícios;
  • Caso o político tenha exercido sucessivamente cargos diferentes, o foro adequado é sempre maior. Isso significa, por exemplo, que caso alguém tenha exercido cargo de governador e de deputado federal, vale o foro no STF, e não no Superior Tribunal de Justiça (STJ);
  • O foro privilegiado não alcança crimes praticados nas eleições, exceto se houver conexão temática ou algum motivo que justifique;
  • A decisão vale para todos os processos em curso, inclusive os já finalizados. Com isso, os processos devem ser enviados do juiz responsável ao tribunal em que o político tem foro;

Já acompanharam o relator os ministros lávio Dino, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. Dino, porém, fez uma ressalva sobre o trecho que trata do exercício de cargos com foros diferentes: para o magistrado, este entendimento pode gerar um "'sobe e desce' processual entre as instâncias." Com isso, Dino defende que a regra só deve ser aplicada por uma vez.

Ainda faltam votar, além de Fux, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, André Mendonça, Nunes Marques e o presidente, Edson Fachin. Caso o próximo indicado pelo presidente Lula (PT) chegue ao cargo a tempo, também poderá se manifestar.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.