Ministro Gilmar Mendes, do STF| Foto: Nelson Jr./STF
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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, disse em longa entrevista à colunista Daniela Pinheiro, do site TAB Uol, que o inquérito das Fake News, conduzido pelo STF, é um exemplo de como as instituições estão funcionando bem no Brasil.

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Mendes citou que, inicialmente, o inquérito tinha uma resistência enorme dentro do próprio STF. Mas, no julgamento, acabou sendo “aplaudido por todos”, com exceção do agora ex-ministro Marco Aurélio Mello.

Aberto pelo próprio STF, em 2019, o inquérito das Fake News é parte de uma série de ações questionáveis tomadas recentemente pelo Supremo.

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Gilmar Mendes citou ainda outros fatos que, segundo ele, mostram o bom funcionamento das instituições no Brasil. “A Vaza Jato, que mudou tudo, é a instituição imprensa cumprindo seu papel”, disse ele.

Como costuma fazer em pronunciamentos e entrevistas, o ministro reservou boa parte das respostas para tecer críticas à Operação Lava Jato. Disse, por exemplo, que a “República de Curitiba era um modelo autoritário, totalitário”.

“STF está mais unido”

Na mesma entrevista, o ministro disse acreditar que hoje o Supremo Tribunal Federal está mais unido. “Pode ser um efeito contrário desse quadro da animosidade geral trazido pelo Bolsonaro”, completou.

A colunista Daniela Pinheiro informou que, na sexta-feira (22), perguntado sobre o caso Daniel Silveira, o ministro Gilmar Mendes preferiu não falar sobre a concessão da graça por parte do presidente Jair Bolsonaro ao deputado federal.

“Não é o momento de se comentar isso. A Corte precisa se reunir, precisa estar junta, porque essa votação de quarta-feira já foi muito difícil”, declarou o ministro.

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“Não vai ter golpe”

Falando sobre o processo eleitoral deste ano, Gilmar Mendes disse à colunista que acredita na “resistência das instituições brasileiras” e afirmou que “não vai ter golpe”, referindo-se à aceitação do resultado das eleições.

Para o ministro, “as pessoas acreditam no processo eleitoral”. Ele disse ainda não acreditar que a relação próxima de Bolsonaro com policiais e com as Forças Armadas poderia ajudar em uma eventual situação de negação do resultado eleitoral.

“Hoje há um certo equilíbrio entre as polícias. (...) São Paulo, por exemplo, está nas mãos do PSDB. É uma grande força policial, com bom controle. Portanto, não vejo isso acontecendo”, afirmou o ministro do STF.

Lula e Bolsonaro

Perguntado sobre os dois pré-candidatos, o ex e o atual presidente da República, Gilmar Mendes declarou que os dois “têm propostas muito diferentes” e que Bolsonaro “tem uma proposta que poderia se avizinhar dessa chamada democracia iliberal, que beira o autoritarismo”.