Secretário-executivo da Justiça, Ricardo Capelli, em entrevista coletiva.| Foto: Tom Costa / MJSP
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O secretário-executivo e ministro da Justiça em exercício, Ricardo Capelli, anunciou que o governo federal publicará nos próximos dias uma medida para tornar a câmera corporal obrigatória para policiais no âmbito nacional.

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"Nas próximas semanas vamos publicar as diretrizes nacionais para utilização das câmeras corporais. Nós já encaminhamos uma proposta de projeto de lei para Casa Civil para tornar o uso das câmeras obrigatório. A câmera corporal protege o policial e a atividade policial. Não estamos fazendo isso de cima para baixo", declarou Capelli em entrevista ao Portal UOL, que foi ao ar na noite desta quinta-feira (28).

Segundo Capelli, a medida foi debatida com vários comandantes das polícias de todo o Brasil, e o texto foi fechado com a participação da Polícia de São Paulo, que foi a primeira a ter essa experiência do uso da câmera corporal.

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"Vai acontecer e as polícias passarão a utilizar as câmeras e mais importante do que as câmeras é toda a a tecnologia por trás das câmeras que faz a leitura de dados. Estamos trabalhando para ser uma sistema nacional e que essas informações se falem e sejam cruzadas", ressaltou Capelli.

Entre os outras prioridades da pasta, o secretário também ressaltou a oferta de 100 mil bolsas de formação para as polícias, no sentido de auxiliar os estados na formação dos policiais. Também mencionou a criação de uma Corregedoria Nacional das Polícias.

"Queremos auxiliar os estados, porque o combate ao crime é uma questão importante que precisa ser enfrentada. Enfrentamos isso com normas mais claras e estrangulando o crime organizado - maior ameaça na segurança pública. É um trabalho estruturado com várias linhas e o enfrentamento a violência policial é uma delas", disse Capelli.

O uso das câmeras policiais é um assunto que divide opiniões entre profissionais da segurança e especialistas, além de serem alvos de estudos e polêmicas. Policiais de São Paulo alegaram à Gazeta do Povo que as câmeras atrapalham o trabalho das forças de segurança pública, especialmente para aqueles designados no combate ao crime organizado.

Um estudo divulgado no ano passado por pesquisadores da Universidade de Stanford sobre o uso de câmeras acopladas às fardas de policiais do Rio de Janeiro concluiu que a utilização dos equipamentos produziu um efeito de “despoliciamento”, isto é, desencorajou os agentes de segurança a se envolverem em atividades como abordagens e atendimento a chamados.

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