Em meio aos mais de 2,2 mil mortos em apenas cinco dias após os ataques do grupo terrorista Hamas a Israel, partidos e movimentos de esquerda como PCO, PSOL, PCB e PSTU fizeram atos na terça (10) em apoio à facção que promoveu atos violentos contra civis durante a invasão no sábado (7). Brasileiros também foram vítimas dos extremistas, sendo que dois morreram, um segue desaparecido e já há a confirmação de mais cidadãos reféns do grupo em Gaza.
Os partidos de esquerda fizeram manifestações em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro junto de movimentos ligados à causa palestina e de trabalhadores, como a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação (Fasubra Sindical), o Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM), entre outros.
Durante a manifestação em São Paulo, o diretor nacional do PCO, Francisco Muniz, defendeu os ataques do Hamas e classificou os atos como uma “luta anti-imperialista”.
“Estou aqui em nome do Partido da Causa Operária para prestar o nosso apoio irrestrito ao povo palestino e ao Hamas. O sábado (7) foi o dia que mudou toda a história da luta anti-imperialista no mundo”, disse durante o ato.
A fala de Muniz foi semelhante à de Ieri de Souza, militante em Brasília que disse estar “100% ou 200% com o Hamas, estamos 1.000% com o Hamas”, afirmou. Outros integrantes de movimentos de esquerda bradaram “viva o Hamas” durante o protesto na capital federal (veja na íntegra).
Já Gabriel Araújo, membro da MNLM, afirmou que o protesto foi uma “resposta à conjuntura política internacional”, e que está acontecendo um “enfraquecimento do imperialismo desde o começo da guerra da Ucrânia”.
“A Fasubra Sindical está nesse importante ato aqui em Brasília por solidariedade irrestrita e completa ao povo palestino, à luta e resistência que a Palestina já faz há décadas”, disse Mário Junior, membro da Fasubra criticando o que seria uma posição neutra de Lula sobre o conflito.
O PSOL republicou em seu site oficial um manifesto da Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT-QI), em que defende a “resistência palestina” liderada pelo Hamas. Segundo o movimento, o grupo se esforça para reivindicar as “terras” e direitos dos palestinos há mais de 75 anos, e que falta uma ação significativa por parte da comunidade internacional a favor do povo.
A LIT-QI declarou, ainda, o “apoio incondicional à resistência heroica e histórica palestina”, afirmando que o povo é explorado e oprimido, e exigindo que “governos de todo o mundo reconheçam o regime de apartheid sionista e rompam todos os acordos” com Israel, especialmente em relação a acordos de venda de armas.
Os partidos e movimentos de esquerda que se posicionaram a favor do Hamas também são apoiadores históricos do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que já se declarou contra os ataques promovidos pelo grupo, mas resiste a classificá-lo como terrorista. Um pouco mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que o governo só vai mudar de posição após o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas chegar a um consenso para essa denominação.
No passado, em 2021, ministros de Lula, deputados do PT e do PSOL e movimentos sociais assinaram uma carta pró-Hamas e condenando a classificação do grupo como terrorista. De lá para cá, as opiniões de alguns deles mudaram parcialmente, mas a denominação de terrorismo ainda enfrenta resistência na esquerda.
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