Mapa com níveis de isolamento social produzido pela empresa In Loco.| Foto: Reprodução
Ouça este conteúdo

Todos os estados brasileiros já adotaram medidas de isolamento social para o combate ao coronavírus. A maioria deles ampliou o prazo dado inicialmente para o fim dessas medidas, e a tendência é que, até o fim de abril, a determinação da maior parte das autoridades estaduais continue sendo o fechamento de comércio e escolas.

CARREGANDO :)

Mas até que ponto o isolamento tem sido cumprido pelas populações desses estados? Os nossos celulares têm ajudado a dar uma resposta. Dados de geolocalização captados por meio de aplicativos de 60 milhões de dispositivos móveis no Brasil estão servindo para medir o nível de adesão dos brasileiros às medidas de isolamento social.

A empresa brasileira In Loco, que atua no setor de segurança da informação e recebe dados de aplicativos parceiros, criou um índice de movimentação dos brasileiros para orientar autoridades durante a crise do coronavírus. A empresa garante que atua respeitando a privacidade individual, e que os dados usados são anônimos.

Publicidade

André Ferraz, CEO da In Loco, diz ter observado que “reorganizando as métricas já existentes (na base de dados da empresa), era possível identificar a quantidade de pessoas que estão cumprindo ou não a quarentena”.

O índice proposto pela empresa mostra a proporção dos smartphones que permaneceram em uma determinada região em relação à quantidade de smartphones presentes. Ferraz afirma que a tecnologia de geolocalização da In Loco é “trinta vezes mais precisa que o GPS”.

Distrito Federal é o campeão do isolamento

O Distrito Federal, com um índice de isolamento de 56,47%, é a unidade da federação com maior índice de isolamento social no Brasil, segundo a In Loco. Em seguida vêm Goiás, com 56,28%, Pernambuco, com 53%, Ceará, com 52,92%, o Rio de Janeiro, com 51,58%, e Piauí, com 50,45%.

Já Tocantins, Roraima, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul têm os índices mais baixos de isolamento social no Brasil. Veja o ranking completo aqui.

Os últimos dados considerados pela In Loco são desta quinta-feira (9).

Publicidade

Saída de casa é o critério principal na análise de isolamento

A distância percorrida pelos usuários e o modo de transporte não importam para o índice de isolamento proposto pela In Loco. “Nosso índice considera a saída de casa, e não o modo de transporte. Se um smartphone deixa seu local de moradia, ele conta negativamente para o índice daquela região, enquanto os smartphones que permanecem durante o dia todo em casa contam positivamente”, explica Ferraz.

Os dados já estão sendo utilizados por autoridades públicas do Brasil, de acordo com ele. “Já estamos ajudando e disponibilizando nossa solução de maneira pro bono (em benefício público, de forma gratuita) para diversos estados. Nosso piloto foi com a prefeitura do Recife”, diz.

Até o momento, a empresa também fechou parcerias os governos estaduais de Alagoas, Amapá, Amazonas, Maranhão, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba e Santa Catarina.

Google também publicou um relatório sobre mobilidade

No dia 2, o Google publicou o relatório “COVID-19 Community Mobility Report”, que mostra as tendências de mobilidade em cada estado brasileiro desde 16 de fevereiro até 29 de março, com base nos deslocamentos de pessoas que deixam ativado o histórico de localização para aplicativos como o Google Maps.

A análise do Google apresenta algumas diferenças em relação à da In Loco. O Google mediu a mudança no nível de mobilidade, ou seja, o quanto as pessoas alteraram seus padrões de deslocamento nas últimas semanas.

Publicidade

Santa Catarina, que ficou em sexto lugar no ranking de isolamento da In Loco, é o estado que teve a maior diminuição de deslocamentos para o local de trabalho, segundo o Google. Rio de Janeiro e São Paulo, estados com mais casos do coronavírus no país, vêm em seguida.

Além de analisar a ida ao lugar de trabalho, o Google considera o deslocamento dos usuários de dispositivos móveis a locais de lazer, farmácias, mercados, parques e estações de ônibus e de metrô.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]