A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (14) que as "práticas machistas" no Judiciário dificultam o acesso de mais mulheres nos tribunais. A fala da ministra foi em resposta a um questionamento sobre a indicação de uma mulher negra para a vaga no STF.
"O Judiciário continua a ser muito preconceituoso, muito machista, que distingue, sim, homens e mulheres. Não necessariamente quando se faz o concurso público para os primeiros cargos, mas é no acesso e nas promoções internas que não temos as mesmas condições. Em parte porque temos uma grande distinção em termos de trabalho e de gastos com o tempo do cuidado da casa e da família”, declarou durante um evento realizado pelo Estadão.
Para Cármen Lúcia, as mulheres não devem ter apenas o direito de “se fazer se representar”, mas também de “se apresentar para participar de tudo na vida política”. A ministra se tornou a única mulher entre os membros da Suprema Corte após a saída da ex-ministra Rosa Weber.
A magistrada evitou falar sobre as possíveis indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a vaga no STF, mas defendeu igualdade de condições entre homens e mulheres. Entre os favoritos para indicação no STF não consta nenhuma mulher. "É preciso que a gente lute por isso [igualdade entre homens e mulheres], porque não há nenhuma boa vontade de quem detém o poder de repartir este poder", afirmou.
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