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Operação Zelotes

Justiça encerra ação contra Mantega por prescrição de processo

Guido Mantega
Ex-ministro de Lula e Dilma era investigado por corrupção no Carf para reduzir ou anular multas aplicadas a grandes empresas. (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil / arquivo)

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A Justiça Federal de Brasília encerrou um processo contra o ex-ministro Guido Mantega por corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) por prescrição da pena. Ele comandou a pasta da Fazenda de 2006 a 2015 nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT).

A decisão foi proferida na sexta (21) pelo juiz Antonio Claudio Macedo da Silva, da 10ª Vara de Brasília, e tornada pública nesta segunda (25). Ele aceitou o argumento da defesa de Mantega, de que o crime pelo qual ele foi denunciado tem pena máxima de quatro anos, o que resultaria em um prazo de prescrição de oito anos.

No entanto, como o ex-ministro tem 75 anos, esse prazo é reduzido pela metade, conforme prevê o Código Penal. Desde o recebimento da denúncia, em 9 de março de 2018, já se passaram quase sete anos, levando ao arquivamento do caso.

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Mantega era réu na Operação Zelotes, da Polícia Federal, acusado de interferir em julgamentos no Carf para beneficiar a empresa Cimentos Penha em um caso de R$ 57,7 milhões.

“Dispõe o artigo 109, inciso IV, da Lei Penal Codificada, que o prazo prescricional da pretensão punitiva relativa ao delito cuja pena privativa de liberdade cominada, no grau máximo, não excede a 4 (quatro) anos consuma-se em 8 (oito) anos. Na presente hipótese, o lapso prescricional deve ser contado pela metade, a teor do disposto no artigo 115 do Estatuto Repressivo, tendo em vista que o requerente conta com mais de 70 (setenta) anos de idade”, escreveu o magistrado.

Ele emendou afirmando que “com efeito, entre a data do recebimento da denúncia e a presente data já fluiu o interstício além do necessário para a prescrição”.

Além de Mantega, o empresário Victor Sandri e outras 11 pessoas também foram denunciadas pelo Ministério Público Federal. O MPF pedia a condenação dos envolvidos e a restituição dos valores à União.

A Operação Zelotes foi deflagrada em 2015 para apurar um esquema de pagamento de propina a conselheiros do Carf para reduzir ou anular multas aplicadas a grandes empresas. A investigação identificou cerca de 70 companhias e 15 escritórios de advocacia ou consultoria envolvidos.

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