O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), autor do projeto que aumenta penas para furtos e roubos, disse à Gazeta do Povo nesta quarta-feira (1º) que a proposta - aprovada pela Câmara dos Deputados na noite desta terça-feira (31) - visa tornar a "punição de crimes mais rigorosa no nosso país". Ele aponta que somente na cidade de São Paulo, já foram registrados cerca de 280 mil furtos e roubos, apenas neste ano.
"O Brasil está vivendo essa mesma realidade e o intuito é fazer com que a maior parte dos criminosos, que cometem esses crimes, principalmente levando a carteira ou o celular de alguém - muitas vezes parcelado, sejam punidos e comecem a cumprir regime fechado na cadeia, além de permanecerem por mais tempo do que hoje", diz Kataguiri.
O parlamentar também criticou a "resistência ideológica" dos partidos de esquerda, que votaram em massa contra o projeto, por defenderem o "desencarceramento" e não o aumento das penas para criminosos. Segundo Kataguiri, trata-se de uma "defesa da própria base eleitoral deles" e ainda relembrou que "nos presídios a apuração das urnas foi muito favorável ao PT" na última eleição.
"Os partidos de esquerda, de maneira geral, defendem o desencarceramento e que sequer muito desses crimes sejam punidos", declara o deputado ao citar um projeto do PSOL, que quer descriminalizar pequenos furtos no nosso país.
Kataguiri ainda lembrou uma declaração do ministro dos Direitos Humanos, quando esteve em Pernambuco, defendendo a soltura de 5 mil presos, como política pública para resolver o problema da superlotação das prisões no Brasil
"É uma resistência ideológica em defesa dos criminosos. Querem defender a soltura, enquanto na realidade o Poder Executivo poderia construir novos presídios para manter essa população carcerária sob controle, para que eles cumpram a lei e trabalhem dentro dos presídios, algo que está previsto na legislação, mas o governo parece ignorar", acrescenta.
Para o deputado, a criminalidade não pode ser associada a pobreza como alguns políticos dizem que "é só pra comprar uma cervejinha, ou por conta da desigualdade". "A gente sabe que a criminalidade não está relacionada a pobreza, mesmo porque os ricos roubam muito, se fosse coisa de pobre, como eles colocam, no Congresso Nacional só teria santos e todos precisam ser punidos por isso", afirma Kataguiri.
Por fim, o parlamentar reforça que "o aumento das penas não vai interferir na superlotação dos presídios". "O problema da superlotação é falta de presídio e o poder público tem dinheiro sobrando do Fundo Penitenciário para isso. Porém, o governo federal é covarde e os estaduais também. E se tem superlotação, é porque há muito tempo não se constrói presídios e todos estão dominados pela crime organizado", diz.
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