Foto: Evaristo Sa/AFP| Foto:

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (30), que a linha de transmissão entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR) será construída "independente da manifestação dos índios". Em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Band, ele disse que a solução para essa questão será dada em 15 de maio. O objetivo do linhão é resolver o problema energético de Roraima, já que parte do estado depende de energia vinda da Venezuela.

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"Gastamos por dia um milhão de litros de óleo diesel para sustentar as termoelétricas que abastecem Roraima por questão ambiental. Não conseguimos fazer o linhão de Manaus para Boa Vista porque tangencia uma reserva indígena, estamos com problema indígena ainda", afirmou.

O presidente informou que a solução para a questão deve vir nas próximas duas semanas. "Dia 15 de maio, vamos ter solução dos índios, se eles concordam ou não. Se não concordarem, nós já fizemos uma reunião do Conselho de Defesa: eu, o vice, o presidente da Câmara, do Senado, o ministro da Defesa, entre outros, e eles nos deram o aval, por unanimidade, para construirmos esse linhão da capital do Amazonas até a capital de Roraima independente da manifestação por parte dos índios", disse.

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Em fevereiro, o governo definiu que o linhão é uma "alternativa energética estratégia para a soberania e defesa nacional". O linhão foi leiloado em 2011 e, em sua extensão, há uma parte pertencente aos indígenas Waimiri-Atroari, que vivem no sul de Roraima e norte do Amazonas.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Comissão critica 

A Comissão Arns, grupo formado por 20 lideranças para denunciar violações de direitos humanos, criticou as obras do linhão no início deste mês. O grupo entende que as reservas e o processo de demarcação indígena têm sido alvo de críticas de diferentes setores da sociedade, notadamente políticos. Além disso, informaram que há relatos de ataques em comunidades, com destruição de estruturas e plantios.

Bolsonaro rejeita novo imposto

Bolsonaro também voltou a dizer que não existe possibilidade de criação de um novo imposto para igrejas. "Foi muito infeliz o nosso secretário da Receita (Marcos Cintra) ao falar de um novo imposto. As igrejas não podem ser tributadas, o dízimo já é um dinheiro mais do que tributado".

Invasão na Venezuela

O presidente afastou a possibilidade de uma invasão na Venezuela, onde nesta terça o autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, afirmou que militares o apoiam em movimento para acabar com a "usurpação do poder"e convocou todos para as ruas do país para pressionar o presidente Nicolás Maduro. "Não estamos bem de armamento, não podemos fazer frente a ninguém. Seria uma aventura e não é nossa vocação", afirmou.

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Reforma da Previdência

O presidente também comentou sobre o principal projeto de seu governo, a reforma da Previdência. "Se nada for votado, nós quebraremos a Previdência, no máximo, em 2022"., afirmou. Disse ainda que, com esse projeto, "vai sobrar dinheiro para investimento" e que o país não tem outra alternativa.

Ele disse que, nas viagens que fez como presidente, recebeu sinalizações de outros países de que, se a reforma previdenciária passar, será um "sinalizador" de que o governo do Brasil faz "o dever de casa, tem responsabilidade e respeita contratos".

"Acreditamos na Câmara, no Senado e na população, que não se deixa enganar com fake news, dizendo que a reforma vai trazer caos e sofrimento", acentuou. Bolsonaro acrescentou que no Brasil os mais pobres já se aposentam com mais de 60 anos de idade e que o "sacrifício" na reforma previdenciária virá mais dos servidores públicos.