O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiou o lançamento de um pacote voltado à reforma agrária que havia sido marcado na semana passada para esta segunda (8), e que teria, entre as iniciativas, uma espécie de “prateleira de terras” com áreas improdutivas ou devolutas da União que poderiam ser encaminhadas para atender a demandas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A proposta foi prometida na última quarta (3) pelo ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, e seria uma forma de evitar ou reduzir os impactos do chamado “Abril Vermelho”, uma mobilização do MST que intensifica as invasões de terra neste mês.
O lançamento, no entanto, foi adiado para o dia 15 e substituído por uma reunião de mais de duas horas entre Lula; os ministros Teixeira e Fernando Haddad (Fazenda); o presidente do Incra, Cesar Aldrighi; Moisés Savian, secretário de governança fundiária; e Fernanda Machiaveli, secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Lula não comentou o encontro, mas Teixeira confirmou que ficou indicada a nova data para “o lançamento das prateleiras de terras para avançar na reforma agrária”.
No entanto, não foram divulgados mais detalhes de como deve ser o projeto e nem quantas propriedades devem ser encaminhadas às pautas do movimento. “Foram mais de duas horas discutindo cada detalhe da proposta. Logo vem o lançamento”, comentou Savian.
No último final de semana, Lula recebeu representantes de movimentos sociais e sindicais na Granja do Torto, em Brasília, e ouviu demandas dos segmentos – entre eles do MST e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
Lula também não comentou como foi o encontro, mas o ministro Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência, afirmou que ele ouviu as demandas e que “respeita os movimentos”. Destacou, ainda, que o presidente tratou com o MST sobre políticas públicas, crédito e apoio à agricultura familiar, entre outros temas.
A “prateleira de terras” que o governo deve apresentar no dia 15, segundo Teixeira, foi um pedido feito por Lula no ano passado após o MST invadir uma propriedade da Embrapa em abril – durante o movimento “Abril Vermelho” e em julho do ano passado.
“Por que temos que esperar o MST invadir a terra para depois o Incra agir”, questionou Lula em uma live.
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