Presidente agendou uma reunião para colocar Lira e Calheiros, rivais políticos em Alagoas, frente a frente.| Foto: Joedson Alves/Agência Brasil
Ouça este conteúdo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu entrar de vez para tentar resolver a crise ambiental e política aberta entre o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) por causa do colapso parcial na mina da petroquímica Braskem, neste final de semana em Maceió.

CARREGANDO :)

No começo da noite desta segunda (11), Lula marcou uma reunião com os dois rivais políticos para o começo do expediente de terça (12) para tentar chegar a uma solução que minimize os estragos causados pelo colapso ao estado e para a própria imagem da Braskem, com quem a Petrobras mantém negócios – é uma das acionistas, com 47% de participação.

Lira e Calheiros são rivais políticos em Alagoas, e serão colocados frente a frente por Lula às 9h30. A reunião terá a participação, ainda, dos ministros Renan Filho (Transportes) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), o governador alagoano Paulo Dantas (MDB-AL), o prefeito João Henrique Caldas (PL-AL), entre outros.

Publicidade

Lula também decidiu entrar na crise para evitar que a CPI que será instalada no Senado nesta terça (12) respingue no governo – os líderes governistas no Congresso correm para tentar ocupar os postos chave e evitar maiores danos ou investigações que cheguem ao Palácio do Planalto e à estatal petrolífera.

Logo nos primeiros dias do anúncio de um colapso iminente da mina, Calheiros passou a disparar críticas à prefeitura de Maceió, tocada por João Henrique Caldas (PL-AL), aliado de Lira. O presidente da Câmara dos Deputados tentou amenizar a situação propondo uma união de forças, mas o senador prosseguiu com as críticas.

O colapso da mina e o desastre ambiental causado também atingem diretamente os planos do Brasil de se posar internacionalmente como um exemplo de políticas ambientais, sendo que o próprio governo aprovou a exploração da mina. O ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, afirmou que a petroquímica será responsabilizada pelo desastre, mas sem mencionar quais medidas devem ser tomadas.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Paralelamente à instalação da CPI, um requerimento na Comissão de Administração e Serviço Público (CASP) da Câmara propõe a criação de um grupo de trabalho para fiscalizar as medidas tomadas pela petroquímica e autoridades públicas “frente ao iminente desastre de colapso de mina subterrânea”.

Publicidade

O pedido foi apresentado pelos deputados Professora Luciene Cavalcante (PSol-SP) e Guilherme Boulos (PSol-SP) e alega que “desde os anos 80, pesquisadores alertam para os riscos de vazamento e afundamento da região”.

“A situação é gravíssima, com abalos sísmicos desde 2018. Em 2019, a empresa encerrou a extração de sal-gema e iniciou o fechamento das minas após ser responsabilizada por danos a casas e ruas. Maceió conta com 35 minas em seu subsolo”, destaca o documento.

O requerimento ressalta parte da estrutura societária da Braskem pertence à Petrobras, uma empresa pública de capital aberto. Isso justifica, segundo os deputados, a necessidade de acompanhamento e fiscalização pela Comissão Parlamentar, dada a relevância da empresa estatal na composição societária.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]