Lula discursou neste sábado (16) na Cúpula do G77 realizada em Cuba.| Foto: Ricardo Stuckert/PR.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que Cuba é “vítima de um embargo econômico ilegal” dos Estados Unidos. O mandatário discursou neste sábado (16) na Cúpula do G77, grupo que conta hoje com 134 países do chamado Sul Global. O petista rechaçou a “inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo”.

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“É de especial significado que, neste momento de grandes transformações geopolíticas, esta Cúpula seja realizada aqui em Havana. Cuba tem sido defensora de uma governança global mais justa. E até hoje é vítima de um embargo econômico ilegal. O Brasil é contra qualquer medida coercitiva de caráter unilateral. Rechaçamos a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo”, disse Lula.

A diplomacia brasileira tem histórico de oposição a embargos econômicos, entretanto, em 2019, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), votou a favor do embargo econômico, comercial e financeiro a Cuba durante a Assembleia Geral da ONU.

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Lula ainda cobrou os países ricos por “dívida histórica” pelo aquecimento global. “Temos de aproveitar o patrimônio genético da nossa biodiversidade, com repartição justa dos benefícios, resguardando a propriedade intelectual sobre nossos recursos e conhecimentos tradicionais”, apontou.

“Vamos promover a industrialização sustentável, investindo em energias renováveis, na socio-bio-economia e na agricultura de baixo carbono. Faremos isso sem esquecer que não temos a mesma dívida histórica dos países ricos pelo aquecimento global… É por isso que o financiamento climático tem de ser assegurado a todos os países em desenvolvimento, segundo suas necessidades e prioridades”, acrescentou.

O presidente também criticou a “governança mundial” citando a ONU. “O G77 foi fundamental para expor as anomalias do comércio global e para defender a construção de uma Nova Ordem Econômica Internacional. Infelizmente, muitas das nossas demandas nunca foram atendidas. A governança mundial segue assimétrica. A ONU, o sistema Bretton Woods e a OMC estão perdendo credibilidade”, afirmou.

“Não podemos nos dividir. Devemos forjar uma visão comum que leve em consideração as preocupações dos países de renda baixa e média e de outros grupos mais vulneráveis”, completou o petista. Lula disse também que "multinacionais possuem um modelo de negócios que acentua a concentração de riquezas" ao falar sobre a revolução digital.

“Grandes multinacionais do setor de tecnologia possuem modelo de negócios que acentua a concentração de riquezas, desrespeita leis trabalhistas e muitas vezes alimenta violações de direitos humanos e fomenta o extremismo. Corremos riscos que vão da perda de privacidade ao uso de armas autônomas, passando pelo viés racista de muitos algoritmos”, apontou.

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Após visitar Cuba, Lula seguirá para Nova York, nos Estados Unidos, onde fará o primeiro discurso na abertura da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), na próxima terça-feira (19).

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]