Presidente e ministra da Saúde afirmam que médicos divulgam supostas informações falsas sobre vacinas, e que devem ser criminalizados.| Foto: reprodução/Canal Gov
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ministra Nísia Trindade, da Saúde, defenderam nesta terça (12) que médicos que questionam a eficácia de vacinas sejam criminalizados e processados. A insatisfação com a atuação destes profissionais foi expressa por ambos durante a live semanal “Conversa com o Presidente”, que foi retomada após Lula dizer, na semana passada, que o programa poderia ter sido o último deste ano neste formato.

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Lula fez uma espécie de entrevista com a ministra para que ela fizesse um balanço da gestão à frente da pasta neste ano, e focou os questionamentos sobre a “reconstrução” de políticas públicas que foram supostamente “destruídas” pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Lula chegou a afirmar que Bolsonaro nomeou para o ministério uma pessoa que “não entendia de nada” de saúde, mas sem citar nomes.

Um dos principais questionamentos que ocupou quase metade da live foi sobre a política de vacinação, que Nísia disse que encontrou desmontada no ministério. “Não tínhamos programa nacional de imunização, que tivemos que remontar”, afirmou ressaltando que precisou recompor estoques de vacinas com recursos da PEC fura-teto aprovada no final do ano passado, já que o ministério foi entregue com um “orçamento inviável”.

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A partir disso, Nísia explicou a dificuldade que está tendo para reativar a política histórica de vacinação por conta de “fenômenos novos, de movimentos antivacinas” que usam uma “estratégia deliberada de usar falsas informações científicas”.

“O que vimos, e isso é uma coisa para entristecer, são lives da Comissão de Fiscalização [da Câmara dos Deputados] em que médicos falam que a vacina pode causar mortes, miocardites graves no caso da vacina da Covid, tudo fake news sem base científica, mas aparecendo como se fosse informação científica. Isso confunde a população”, disse a ministra (veja trecho na íntegra).

Lula questionou a ministra sobre o que poderia ser feito com pessoas que questionam a eficácia das vacinas, defendendo que “é necessário criminalizar pessoas que estão contando mentiras”. Ele chamou de “facínora” pessoas que “resolvem fazer propaganda falsa”, e que elas mudam depois de opinião quando perdem um ente para alguma doença que poderia ser evitada com a imunização.

Nísia afirmou que o ministério criou um programa para que vários órgãos da administração pública – como Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Advocacia-Geral da União (AGU) e Controladoria-Geral da União (CGU) – investiguem estes casos, e afirmou contar com o apoio do Conselho Federal de Medicina para também tomar uma atitude, pois “são formas de agir que ferem totalmente a ética médica” e “geram pânico na população”.

Além de defender a criminalização de médicos que questionam a eficácia de vacinas, Lula e Nísia atacaram a gestão da Saúde do ex-presidente, afirmando que o governo era “omisso” com mais áreas sob gestão do ministério.

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Entre elas, foram citadas a desestruturação dos cuidados de saúde mental, das Unidades Básicas de Saúde (UBS), falta de atualização de remédios do programa Farmácia Popular, e a relação de cooperação do ministério com estados e municípios. Depois, ao longo da live, Lula e Nísia comentaram sobre ações que foram e estão sendo implementadas ao longo do ano.

Por fim, Lula ressaltou que vai terminar o mandato de presidente no final de 2026, sendo que, em lives anteriores, ele sinalizava que pretendia ficar no governo até 2030 – tentando, portanto, a reeleição.

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