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Lula e Petro durante pronunciamento em Bogotá, nesta quinta-feira (17).
Lula e Petro durante pronunciamento em Bogotá, nesta quinta-feira (17).| Foto: EFE/Mauricio Dueñas Castañeda.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (17) que a subserviência de países da América do Sul a nações ricas não gera crescimento. Lula discursou durante o Fórum Empresarial Brasil-Colômbia, realizado em Bogotá, com a presença de autoridades e empresários locais e brasileiros. O mandatário defendeu a integração dos países latino-americanos.

“O Brasil também ficava de costas para a América do Sul, não olhava para a África e ficava só olhando para a União Europeia e para os Estados Unidos. Todo mundo na expectativa que desses lugares mais ricos é que viriam toda a sabedoria, inteligência e cultura para desenvolver nossos países. Eis que, depois de 520 de existência, todos nós continuamos pobres”, disse o petista.

Lula cumpria agenda ao lado do presidente colombiano, Gustavo Petro. O mandatário brasileiro disse que o entendimento entre os dois países é a “renovação de uma parceria fundamental para o futuro da América do Sul”. Aos empresários colombianos, Lula afirmou que não precisam ter medo do Brasil. Ele apontou que “falta decisão política” para aprofundar a colaboração entre os países da América do Sul.

“O Brasil quer construir parceria com países vizinhos, não uma hegemonia”, disse o petista. “Quanto mais forte nós estivermos mais seremos respeitados pelos EUA, União Europeia, Rússia, China ou índia. Não é a subserviência que faz a gente crescer. O que faz a gente crescer, como diria o Celso Amorim, é uma posição ativa e altiva para que a gente se faça respeitar no mundo político e dos negócios”, destacou.

Lula afirmou que é preciso pensar na criação de um banco regional para os países da América do Sul e defendeu a priorização da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). "Não é possível viver atrás do Banco Mundial o tempo todo", disse o chefe do Executivo. Ele também reclamou da burocracia entre os países vizinhos que impede o fluxo comercial pleno na região.

Lula e Petro debateram eleições na Venezuela

Após o encontro com empresários, Petro citou os principais pontos discutidos com Lula. O mandatário colombiano relatou que pretende apresentar uma proposta de plebiscito para garantir a segurança de membros da oposição ao ditador Nicolás Maduro.

"Falamos da Venezuela e queremos transmitir ao presidente Lula uma proposta que foi discutida com o presidente Maduro e a oposição... Estamos considerando a opção de um plebiscito nas próximas eleições para garantir um pacto democrático. Esse pacto deve assegurar a qualquer perdedor a certeza e a segurança em relação a sua vida, seus direitos e suas garantias políticas, que todos devem ter em seu país", afirmou Petro.

“As pessoas que pensavam socialmente, no estado de bem estar social, pensavam no ser humano em primeiro lugar são minoria hoje na América Latina e na América do Sul. Surgiu uma coisa nova chamada extremismo, que vive na base da fake news, da mentira, que nega a política, as instituições, o movimento sindical, as formas de organização do povo trabalhador. Estamos andando para trás ao invés de andar para a frente”, disse Lula.

“Discutimos a questão da Venezuela, a questão do Haiti, mas muito mais importante foi discutir a relação entre Colômbia e Brasil”, acrescentou o presidente brasileiro sem dar mais detalhes sobre a discussão voltada às eleições venezuelanas.

Além disso, os presidentes discutiram como o Brasil e a Colômbia podem auxiliar na crise na segurança do Haiti. "Brasil e Colômbia querem participar de uma saída pacifica para o Haiti... Juntos pensamos em uma possibilidade democrática para o povo haitiano", disse Petro. Os dois também falaram sobre Amazônia, acordos de segurança e sociais voltados para preserva a região e sobre hidrogênio verde para a descarbonização.

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