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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) foram vacinados em público contra a gripe nesta segunda (7) durante o anúncio de investimentos de uma multinacional farmacêutica em Montes Claros (MG). O ato ocorreu em alusão ao início da campanha nacional de imunização contra a influenza nesta semana.
Além de se vacinar contra a gripe durante o evento, Lula reforçou a campanha pela aprovação da isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação de 141 mil pessoas para compensar essa desoneração. Essa tem sido a principal bandeira do governo neste terceiro ano de mandato.
“Estamos tentando livrar do pagamento do imposto de renda as pessoas que ganham até R$ 5 mil e diminuindo para os que ganham de R$ 5 a 7 mil, que é por volta de 85% da população brasileira”, disse.
Lula afirmou que faria um discurso lido focado no anúncio de investimentos da multinacional, mas iniciou com improviso para falar da isenção do Imposto de Renda, da política de Financiamento Estudantil (Fies) e do Bolsa Família. Ele ainda aproveitou para criticar governos passados e a "elite" que supostamente nunca se preocuparam com a distribuição efetiva de renda para o povo.
O ministro Alexandre Padilha, da Saúde, aproveitou o evento para criticar o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmando que o programa Farmácia Popular – que tem remédios produzidos pela farmacêutica – foi “desmontado” e que Lula “o recriou e colocou todos os medicamentos de graça através do SUS”. Ele também criticou o presidente norte-americano Donald Trump por políticas recentes de cortes de investimentos.
Durante o evento, a farmacêutica Novo Nordisk anunciou o investimento de R$ 6,4 bilhões na ampliação da unidade de Montes Claros em diferentes linhas de produção. A empresa fornece insulina e medicamentos para o tratamento de hemofilia para o SUS.
"Essa empresa anuncia hoje o maior investimento individual de uma empresa privada farmacêutica na história de 525 anos do Brasil", ressaltou o presidente.
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O ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tem o apoio de Lula para concorrer ao governo de Minas Gerais nas eleições do ano que vem, participou do evento e afirmou que os investimentos da empresa “são a garantia de que estamos lidando com um país democrático, com instituições que se harmonizam e que querem, fundamentalmente, independente do viés ideológico que tenham, querem o progresso do nosso país”.
O governador Romeu Zema (Novo-MG) não compareceu ao evento.
Pouco depois, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou que “Lula tem um projeto de país em curso que se insere esse investimento”, enaltecendo o anúncio da Novo Nordisk e afirmando que dezenas de outros países poderiam ter recebido, mas que o Brasil foi escolhido pela alta qualidade dos trabalhadores.
A expansão anunciada pela empresa, diz o governo, pretende aumentar a capacidade de produção de tratamentos injetáveis para pessoas com obesidade, diabetes e outras doenças crônicas graves.
O governo também anunciou R$ 4,2 bilhões do Novo PAC para ampliar e modernizar laboratórios públicos e parcerias público-privadas no âmbito do programa Nova Indústria Brasil para incentivar a produção nacional de produtos médicos para compras do SUS.