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Em seu discurso de posse, Marina Silva deu destaque para as críticas às polícias ambientais do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em seu discurso de posse, Marina Silva deu destaque para as críticas às polícias ambientais do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).| Foto: Reprodução

A ministra Marina Silva (Rede) assumiu oficialmente nesta quarta-feira (4) o Ministério do Meio Ambiente. A cerimônia de posse contou com a presença de diversos membros do novo governo, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e da primeira-dama Janja, além da neta do ambientalista Chico Mendes. Marina retorna à pasta que já comandou nos primeiros mandatos do presidente Lula (PT) entre 2003 e 2008.

Logo na abertura de seu discurso de posse, a nova ministra do Meio Ambiente agradeceu ao povo brasileiro por eleger Lula para o terceiro mandato como presidente da República. “Talvez em um dos momentos mais difíceis da nossa história, o povo brasileiro teve a sabedoria, a coragem e o discernimento de estancar a barbárie e de não permitir que o Brasil caísse no precipício”, afirmou.

Ela também agradeceu ao convite para assumir a pasta pela terceira vez. “É uma alegria que tenho sem desconhecer o peso da responsabilidade dessa tarefa, sobretudo nesse momento da história do nosso país. Essa tarefa não é minha é de um povo, é de uma sociedade e de uma visão política que agora se coloca a altura do desafio que o mundo exige de nós e da condição que o Brasil tem de responder a esse desafio”, disse a ministra.

Criticas ao governo Bolsonaro

Em seu discurso de posse, Marina Silva deu destaque para fazer críticas às polícias ambientas do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que a gestão anterior promoveu “atos contra a democracia e contra o Brasil. “É um misto de sentimento, porque também sou tomada pela preocupação, estarrecimento e tristeza em ver que esse palácio foi palco de vários atos contra a democracia, contra o povo, contra a ciência e saúde, contra o meio ambiente, contra os interesses econômicos do Brasil, enfim, contra a própria vida", disse Marina. A ministra lembrou ainda das mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Philips, afirmando que eles são símbolos tristes desse período recente do governo que passou.

"O que vimos nos últimos anos foi um completo desrespeito com o patrimônio socioambiental brasileiro. Nossas unidades de conservação foram atacadas por pessoas incentivadas pelo mais alto escalão do governo. Boiadas passaram no local onde deveriam passar apenas políticas de proteção ambiental", declarou a ministra.

Secretaria de combate ao desmatamento

Ainda durante sua posse, Marina Silva anunciou a criação de uma Secretaria Extraordinária de Controle do Desmatamento e Ordenamento Territorial e Fundiário. "A secretaria vai ser extraordinária porque quando alcançarmos a meta de desmatamento zero, não precisaremos mais da secretaria. Quando for feita a destinação das áreas para terras indígenas, unidades de conservação, consolidação para produção sustentável, não tem mais a necessidade da secretaria", justificou. Marina Silva afirmou ainda que o novo nome do ministério será "Ministério do Meio Ambiente e da Mudança Climática" para refletir o atual momento da discussão global sobre o tema.

Dúvidas entre Tebet e Marina

Lula pensava em indicar Marina para o cargo de Autoridade Climática e deixar o Meio Ambiente para a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que o apoiou no segundo turno das eleições presidenciais. Tebet teria indicado que só aceitaria a dobradinha com o consentimento de Marina. Por fim, Tebet acabou sendo escolhida para comandar o Ministério do Planejamento.

Marina defendeu a indicação de um cargo técnico para a Autoridade Climática, conforme ela mesma afirmou no Twitter no dia 23 de dezembro. Na publicação, ela disse que teve "uma boa conversa com Lula sobre os rumos da política socioambiental do país".

Marina foi ministra do Meio Ambiente entre 1.º de janeiro de 2003 e 13 de maio de 2008. Pediu demissão depois de Lula deixar o Plano Amazônia Sustentável (PAS) a cargo do ministro da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger. Também pesaram para a saída dela divergências com a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), que reclamava da demora nas licenças ambientais de obras de interesse do governo.

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