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Filipe Martins

Mauro Cid escreveu e apresentou “minuta do golpe”, diz Jeffrey Chiquini

Jeffrey Chiquini, advogado do ex-assessor Filipe Martins, durante o julgamento da ação penal nº 2693 (núcleo 2).
Jeffrey Chiquini, advogado do ex-assessor Filipe Martins, durante o julgamento da ação penal nº 2693 (núcleo 2). (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

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O advogado Jeffrey Chiquini, que defende o ex-assessor Filipe Martins acusou o tenente-coronel Mauro Cid de escrever e apresentar a chamada "minuta do golpe" aos comandantes das Forças Armadas. "Mauro Cid criou a minuta golpista. A minuta é dele. Ele escreveu a minuta do golpe, ele apresentou a minuta do golpe aos comandantes", alegou o advogado, em sustentação oral nesta terça-feira (9). A Gazeta do Povo entrou em contato com a defesa de Cid e aguarda retorno para atualizar esta reportagem.

A minuta é atribuída pela acusação ao cliente de Chiquini, Filipe Martins. O advogado aponta para o encontro do documento no computador do delator para reafirmar que "o verdadeiro golpista se chama Mauro César Barbosa Cid." O advogado ainda aponta um envio da chamada minuta entre dois celulares do próprio tenente-coronel. Mauro Cid também teria, de acordo com Jeffrey, escrito a carta aos comandantes das Forças Armadas.

A sustentação oral ainda aponta que Cid buscou a delação justamente para ocultar a autoria dos documentos. Com isso, segue o advogado, "Mauro Cid teve em suas mãos o controle de toda a narrativa que envolve Filipe Martins", classificado por ele como muito mais do que um delator.

Nos slides, a defesa exibiu uma lista provisória de viagens, fornecida por Cid na delação premiada. Mauro Cid teria o controle das listas, em documento editável. Buscando a delação, segue a defesa, ele fornece a lista, como prova de que Filipe Martins teria saído do Brasil. Com isso, a Polícia Federal pediu a prisão de Filipe Martins. O delegado Fábio Shor, responsável pela investigação, "utiliza de um documento provisório", sendo "conivente com a narrativa de Mauro Cid", argumenta.

Chiquini classifica a situação de Martins: "Preso por uma viagem que não fez, denunciado por uma minuta que não existe e hoje será julgado por uma reunião em que não participou", argumentou, atribuindo as acusações a Mauro Cid. "Mesmo assim, passou seis meses preso, dez dias em uma masmorra", referindo-se à solitária.

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Núcleo 2 é acusado de minuta, plano para matar autoridades e obstrução de rodovias

Plenário da Primeira Turma do STF, durante o julgamento da Ação Penal nº 2693 (núcleo 2)Plenário da Primeira Turma do STF, durante o julgamento da Ação Penal nº 2693 (núcleo 2) (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

A ação penal nº 2693 (núcleo 2) é parte de um conjunto de cinco processos. As ações falam em uma suposta organização criminosa, criada com o objetivo de aplicar um golpe de Estado no Brasil. Além de organização criminosa, golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, a acusação aponta os crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, por conta das manifestações de 8 de janeiro de 2023.

Neste núcleo, os fatos apontados são a construção da chamada "minuta do golpe", um suposto plano para assassinar autoridades e a acusação de bloqueio de rodovias no Nordeste para impedir votos ao então candidato Lula (PT).

São seis os réus do núcleo 2:

  • Marília Ferreira de Alencar, delegada ex-diretora de Inteligência da Polícia Federal;
  • Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência;
  • Coronel Marcelo Câmara, ex-assessor;
  • Fernando Oliveira, delegado da Polícia Federal e ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça;
  • General Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência;
  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF);

A Primeira Turma é formada por Flávio Dino (presidente), Cármen Lúcia (decana), Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes. Há uma cadeira vaga, em razão da transferência de Luiz Fux para a Segunda Turma, a pedido do próprio.

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