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Suposto golpe de Estado

Moraes mantém acordo de delação de Mauro Cid após depoimento

Moraes mantém acordo de delação de Mauro Cid após depoimento
Mauro Cid deixa o STF após prestar depoimento por três horas. (Foto: Fellipe Sampaio/STF/TV Justiça. )

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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teve seu acordo de delação premiada completamente mantido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ele prestou novo depoimento por cerca de três horas na sede do STF na tarde desta quinta-feira (21). A informação foi obtida pela reportagem com interlocutores que acompanham as investigações.

Cid falou a Moraes após uma nova convocação. Na terça-feira (19), ele já havia prestado depoimento à Polícia Federal (PF) em Brasília (DF). Sua reconvocação ocorreu após a PF localizar, em seus dispositivos eletrônicos, conversas e informações que apontariam para o planejamento de um suposto golpe de Estado no fim de 2022, após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Essas informações não foram relatadas por Cid em seu acordo de delação – o que poderia render a cassação do acordo, tirando dele benefícios como o de responder ao processo em liberdade com o uso de tornozeleira eletrônica. Interlocutores informaram, no entanto, que Moraes ficou “satisfeito” com o que ouviu do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro nesta quinta.

Em nota, o STF informou que Moraes "confirmou a validade" da colaboração premiada de Cid. "O ministro considerou que o colaborador esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal. As informações do colaborador seguem sob apuração das autoridades competentes", disse a Corte.

Segundo a PF, informações recuperadas de aparelhos de Cid e cruzadas com as de aparelhos apreendidos de outros investigados, indicariam a existência de um plano para sequestrar e até assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que na época era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Novo depoimento a Moraes

A defesa de Cid negou, na terça, a ligação dele com os fatos relatados pela PF na Operação Contragolpe e disse, na ocasião, que ele não tinha qualquer conhecimento sobre o planejamento de ações violentas. 

Em depoimento a Moraes nesta quinta, porém, Cid deu novos detalhes, incluindo o que o ex-ministro da Defesa Braga Netto, que era vice na disputa presidencial na chapa com Bolsonaro em 2022, teve participação no planejamento do suposto golpe.

Na manhã de terça-feira (19), horas antes do depoimento de Mauro Cid, a Polícia Federal deflagrou a operação Contragolpe, na qual cinco foram presos preventivamente suspeitos de participar do suposto esquema de golpe de Estado planejado para o fim de 2022.

Para a PF, Bolsonaro teria participação na elaboração da suposta minuta do golpe de Estado e estaria no Palácio do Planalto quando o documento indicando a ação violenta contra Moraes, Lula e Alckmin foi impresso.

Na tarde desta quinta-feira, Bolsonaro e outras 36 pessoas foram indiciadas pela PF no inquérito que ponta o suposto planejamento do golpe e os atos do 8 de janeiro.

Defesa de Braga Netto repudia vazamento de investigação após indiciamento

A defesa do general Walter Braga Netto repudiou “veementemente” o vazamento de informações de inquéritos à imprensa “em detrimento do devido acesso às partes diretamente envolvidas e interessadas”. Ex-ministro da Defesa, Braga Netto foi indiciado pela Polícia Federal nesta quinta-feira (19) por suposta tentativa de golpe de Estado.

“A defesa técnica do General Walter Souza Braga Netto destaca e repudia veementemente, e desde logo, a indevida difusão de informações relativas a inquéritos,
concedidas ‘em primeira mão’ a determinados veículos de imprensa em detrimento do
devido acesso às partes diretamente envolvidas e interessadas”, diz a nota assinada pelos advogados Luís Henrique Prata, Gabriella Venâncio e Francisco de Lima.

A defesa do general ressaltou que “aguardará o recebimento oficial dos elementos informativos para adotar um posicionamento formal e fundamentado”. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também foi indiciado no inquérito.

Veja a relação dos indiciados:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros                
  • Alexandre Castilho Bitencourt Da Silva      
  • Alexandre Rodrigues Ramagem                    
  • Almir Garnier
  • Amauri Feres Saad
  • Anderson Gustavo Torres                        
  • Anderson Lima
  • Angelo Martins Denicoli                              
  • Augusto Heleno Ribeiro Pereira                
  • Bernardo Romao Correa Netto                
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha            
  • Carlos Giovani Delevati Pasini                    
  • Cleverson Ney Magalhães                
  • Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira
  • Fabrício Moreira De Bastos                       
  • Filipe Garcia
  • Fernando Cerimedo                  
  • Giancarlo Gomes Rodrigues                 
  • Guilherme Marques De Almeida                
  • Hélio Ferreira
  • Jair Messias
  • José Eduardo De Oliveira E Silva                
  • Laercio Vergilio                                             
  • Marcelo Bormevet                                        
  • Marcelo Costa Câmara                                
  • Mario Fernandes                                            
  • Mauro Cesar Barbosa Cid                                             
  • Nilton Diniz Rodrigues                                
  • Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho
  • Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira          
  • Rafael Martins De Oliveira                          
  • Ronald Ferreira De Araujo Junior            
  • Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros        
  • Tércio Arnaud Tomaz                                  
  • Valdemar Costa Neto                                  
  • Walter Souza Braga Netto                          
  • Wladimir Matos Soares

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