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O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) durante a sabatina de Zanin.
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) durante a sabatina de Zanin.| Foto: Pedro França/Agência Senado.

Políticos de direita, um partido e movimentos criticaram a aprovação do advogado Cristiano Zanin para uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Zanin, que atuava como advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos processos da Lava Jato, teve a indicação aprovada por 58 votos favoráveis dos senadores contra 18 contrários.

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou, na noite desta quarta-feira (21), que a aprovação de Zanin "abre um precedente ruim para a independência da Suprema Corte".

"Votei contra a aprovação do nome de Cristiano Zanin para o STF por entender, fundamentalmente, que a indicação pelo Presidente de seu advogado particular abre um precedente ruim para a independência da Suprema Corte. Realizei sabatina respeitosa e técnica como deve ser. Mantenho a minha coerência e meu compromisso com os eleitores paranaenses", escreveu o senador no Twitter.

Moro, que é ex-juiz da Lava Jato, já tinha demonstrado insatisfação com a indicação de Zanin em outras ocasiões. Durante a votação no plenário do Senado, ele afirmou que a nomeação de Zanin, por ter sido advogado de Lula, é um “risco à independência” da Corte.

Além dele, antes da votação, o deputado Deltan Dallagonol, cassado por decisão do TSE, afirmou: "o povo brasileiro não deseja que o advogado pessoal (e amigo) de Lula seja nomeado Ministro do STF".

Depois da confirmação do novo ministro, Dallagnol criticou o fato de a votação no Senado ter sido secreta. Segundo ele, isso "expõe uma das maiores falhas da nossa democracia: a falta de transparência. É uma bela maneira de ensinar nossas crianças que, na vida adulta, nem todas as escolhas precisam ser justificadas. Especialmente as que impactam a vida de milhões de pessoas. Votação secreta é o famoso 'esconde-esconde' da democracia: quem não é visto, não é responsabilizado. O sigilo na votação para o STF é o álibi perfeito para quem não quer prestar contas à sociedade. Votar secretamente para aprovar uma indicação ao STF é, sem dúvida, uma forma de mitigar a responsabilidade dos senadores perante a sociedade", afirmou o político paranaense.

"Ao elegermos um representante, esperamos que ele ou ela aja de acordo com os interesses daqueles que ele representa, e a única forma de verificar isso é através da transparência em suas decisões. Se a votação para a aprovação de um ministro do STF é realizada de maneira secreta, como a população pode avaliar a postura de seus representantes? Como podemos exigir responsabilidade dos nossos senadores se nem sequer sabemos como eles votaram em questões tão fundamentais para a sociedade brasileira? É preciso lembrar que, no Brasil de hoje, os membros do STF têm poder para interpretar a Constituição do país e suas decisões têm um impacto direto e significativo na vida de todos os brasileiros. Portanto, a aprovação de um novo membro para este órgão deveria ser um processo altamente transparente, em que a sociedade pudesse acompanhar e entender as posições de seus representantes", completou Dallagnol.

Ele também compartilhou uma postagem da advogada e comentarista política Fabiana Barroso com críticas aos senadores que aprovaram o nome de Zanin para a Suprema Corte. "Não tem desculpinha para votar a favor de Zanin. Placar final foi de 58 votos a favor e 18 contra a indicação. E nem venham com essa que ele era o menos pior. Absurdo o advogado pessoal do Lula ser membro do Supremo", afirmou Fabiana.

Já o partido Novo argumentou que "votou contra por entender que a indicação [de Zanin para o STF] fere o princípio da impessoalidade". "Continuaremos nos opondo ao nefasto projeto de poder do PT", afirmou a sigla no Twitter.

Após a definição no Senado, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) postou nas redes sociais trechos de um vídeo antigo em que Lula afirmou que "[...] não era prudente, nem democrático, um presidente da República querer ter os ministros da Suprema Corte como amigos".

Movimentos criticam aprovação do nome do advogado de Lula para o STF

Logo após a votação no Senado, o Vem pra Rua também se manifestou contra Zanin ocupar uma cadeira no Supremo. “Tudo muda o tempo todo… O STF mudou o entendimento de como se aplica o princípio da impessoalidade? Em 2020 o presidente não pôde nomear o Ramagem por ser amigo, mas o Lula pode nomear o Zanin porque é amigo. Antes não podia. Agora Pode! #ZaninNão #VemPraRua”, disse o Vem pra Rua nas redes sociais.

Já o Movimento Brasil Livre (MBL) criticou a atuação de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na sabatina. “Parabéns, Flávio Bolsonaro e a todos os bolsonaristas que passaram as últimas semanas aliviando pro Zanin. Esses fizeram o L [em referência a Lula] com gosto”, disse o grupo no Twitter após a aprovação.

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