O vice-presidente, general Hamilton Mourão, defendeu que as medidas de isolamento contra o novo coronavírus não devem ser "oito ou oitenta". Em entrevista à Folha de São Paulo, publicada neste domingo (29), ele afirmou que o governo tem que proteger a população, mas salientou que "as características do Brasil são diferentes das de outros países" e que as medidas a serem adotadas contra a pandemia não podem ser discutidas "com paixão política".
"Temos de buscar um meio-termo" em relação a proteger a população e ao mesmo tempo não prejudicar a economia.
"Concordo que o Brasil não pode parar. Talvez agora chegue o momento de, em uma conversa entre a área técnica da medicina e a econômica, buscar posição onde determinadas atividades possam de forma progressiva retomar. Temos um temor de que muita gente desempregada e subempregada de uma hora para outra fique sem recurso", disse à Folha.
Mais tarde na entrevista, Mourão comentou que as restrições mais rígidas devem ser feitas onde a epidemia está concentrada, e nos outros lugares "que não estão tendo problema vamos deixar circular", citando como exemplo cidades pequenas de até 100 mil habitantes. "Basta impedir aglomeração", acrescentou.
Perguntado se o clima de beligerância entre o presidente e governadores está prejudicando o enfrentamento à Covid-19, Mourão disse que acredita estar havendo uma "falta de coordenação das ações no final" e que os governadores têm que "entender os limites e buscar uma coordenação com o governo federal".
Para o vice-presidente, a melhor forma de combater o vírus seria centralizar o planejamento, determinar objetivos e fazer um trabalho de coordenação paciente, "na busca do entendimento e dos melhores propósitos".
Durante a entrevista, o vice-presidente também afirmou que a Covid-19 é uma doença séria, e que a mídia está fazendo o papel dela, de informar.
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