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O encontro entre o presidente Lula (PT) com o ministro da Defesa e os comandantes militares foi marcado por discussões para investimentos e a modernização das Forças Armadas.
O encontro entre o presidente Lula (PT) com o ministro da Defesa e os comandantes militares foi marcado por discussões para investimentos e a modernização das Forças Armadas.| Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

O ministro da Defesa José Múcio garantiu que as Forças Armadas não têm qualquer envolvimento com as manifestações e os atos de vandalismo praticados no dia 8 de janeiro em Brasília. Múcio falou com a imprensa logo após uma reunião com o presidente Lula (PT) e os comandantes do Exército, Aeronáutica e Marinha na manhã desta sexta-feira (20).

De acordo com Múcio, se ficar comprovada a participação de algum militar nos atos praticados nas sedes dos Três Poderes, o mesmo deverá responder individualmente como cidadão. O discurso do ministro da Defesa vai no sentido oposto ao do presidente Lula (PT), que afirmou em outras ocasiões que via o envolvimento direto de militares nas manifestações. A reunião teve também a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e do presidente da Fiesp, Josué Gomes.

“Eu entendo que não houve o envolvimento direto das Forças Armadas. Agora, se algum elemento, individualmente, teve sua participação, ele vai responder como cidadão”, disse Múcio. Segundo o ministro, os militares estão de acordo em punir integrantes que tenham participado das depredações em Brasília.

“Os militares estão cientes e concordam que nós vamos tomar essas providências. Evidentemente que no calor da emoção a gente precisa ter cuidado para que esse julgamento, essas acusações sejam justas para que as penas sejam justas. Mas tudo será providenciado em seu tempo”, afirmou o ministro. “Está com a Justiça. Estamos atrás, ou aguardando as comprovações, para que as providências sejam, se serão, tomadas”, garantiu.

Ainda de acordo com Múcio, esse assunto não foi tratado no encontro de hoje com o presidente Lula (PT) e a reunião serviu para “virar a página” e criar um ambiente de distensão entre o governo e as Forças Armadas.

“Foi por isso que nós procuramos antecipar essa reunião. Ele (Lula) foi o presidente da República que, talvez, mais investiu nas Forças Armadas. Ele tem consciência e as Forças Armadas também, da atenção que ele deu (para a Defesa). Ele quis renovar essa confiança. Temos que pensar para frente. A gente tem que pacificar esse país. Temos que governar”, declarou o ministro.

Desconfianças com as Forças Armadas

O encontro de hoje entre o presidente Lula (PT) com o ministro da Defesa e os comandantes militares foi marcado por discussões para investimentos e a modernização das Forças Armadas e também solucionar as desconfianças do atual governo. A reunião foi organizada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Na ocasião, Costa informou que o governo pretende ampliar investimentos nas Forças Armadas, possivelmente através de Parcerias Público-Privadas (PPPs). Porém, negou que o anúncio de investimentos seja "um afago aos militares" para evitar uma crise maior.

"Outras nações do mundo, por exemplo, nações grandes e desenvolvidas, fazem projeto de PPP para equipar suas Forças Armadas. Com isso, elas conseguem antecipar investimentos que se fossem depender apenas de recurso orçamentário anual não seriam possíveis", afirmou Costa.

A depredação das sedes dos três poderes em 8 de janeiro acentuou a desconfiança mútua entre militares e o presidente Lula que já vinha de antes da posse. O entorno do presidente levanta suspeitas sobre a atuação das Forças Armadas, que teriam favorecido o vandalismo em 8 de janeiro.

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