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José Múcio Monteiro
Ministro da Defesa de Lula pediu para Justiça Militar acelerar a apuração de membros envolvidos nos atos de 8/1 de 2023.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro José Múcio Monteiro, da Defesa, afirmou nesta segunda (8) que quer punir os militares que tenham tido algum envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023 e que supostamente tenham protegido ou incitado as pessoas que invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Segundo o ministro, as investigações estão em andamento pelas Forças Armadas e que pode ter havido militares favoráveis à manifestação violenta que está completando um ano. Múcio afirmou que pediu ao comandante do Exército, general Tomás Paiva, para tentar acelerar as apurações.

“Estamos ouvindo as delações, a gente só pode condenar quando tiver dados. E eu quero punir, eu desejo demais, tenho dito isso todos os dias. A sociedade reclama, nós reclamamos a nós mesmos porque precisamos materializar toda essa nossa indignação para a sociedade ver”, disse em entrevista à GloboNews no começo da tarde.

José Múcio Monteiro afirmou que está aguardando a Justiça Militar dar andamento às apurações para o governo tomar as devidas providências. Ele afirmou, ainda, que alguns militares da reserva e alguns parentes da ativa também participavam do acampamento montado em frente ao Quartel-General em Brasília e que “havia uma vista grossa” com a mobilização.

Múcio Monteiro disse que havia a presença de militares entre os manifestantes e que não provocou um desmonte do acampamento para se evitar uma “fratura” dentro das Forças Armadas. E que poderia ter agido se houvesse uma decisão judicial – que só ocorreu após os atos de 8 de janeiro.

“Foi por não ter provocado aquele acampamento que eu sentia que tinha duas partes do Exército ali, sabia que a grande maioria do Exército naquele momento era legalista, ali estavam representantes de insatisfeitos que não se manifestavam. Se nós tivéssemos mexido com aquilo, nós teríamos criado uma fratura com as Forças Armadas”, disse ressaltando que “havia interesses” no acampamento.

O ministro afirmou que quando assumiu o cargo ainda durante a transição de governo, no começo de dezembro, havia cerca de 45 mil pessoas acampadas em frente a quarteis de todo o país e que, no dia 7 de janeiro de 2023, esse número já era bem menor, de 4,5 mil, segundo foi informado a ele pelo general Júlio César de Arruda, então comandante-geral do Exército.

“E que [eu] ficasse calmo que aquilo ia desaparecer, e que em Brasília só havia 1,5 mil pessoas. [...] O Exército, as Forças Armadas, precisam que a Justiça diga quem são os culpados porque precisamos puni-los”, completou.

Um pouco mais cedo, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, afirmou que foi alertado pelo Exército de que a prisão de manifestantes na noite do dia 8 de janeiro no acampamento levaria a um “banho de sangue”, e que após uma negociação “dura”, foi convencido a efetuar as prisões apenas no dia seguinte.

Múcio comentou essa afirmação dizendo que, entre a noite do dia 8 e a manhã do dia 9, parentes e militares da reserva podem ter saído do acampamento. No entanto, não deu mais detalhes sobre isso.

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