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O advogado de Mauro Cid também tentou implicar Bolsonaro ao classificar sua postura na reunião como “arbitrária” e “prepotente”.
Mauro Cid| Foto: Isac Nóbrega/Secom

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de mandar prender pela segunda vez o tenente-coronel Mauro Cid, nesta sexta-feira (22), após o vazamento de áudio com críticas ao STF e a Polícia Federal, repercutiu negativamente entre senadores e deputados da direita.

À Gazeta do Povo, o senador Magno Malta (PL-ES) disse que o áudio vazado do Cid reforça “o modo operando de quem quer efetuar, efetivar uma narrativa como se fosse verdade”. Malta ressaltou que ele era a “pessoa melhor” para relatar “as pressões que sofreu, como foi desmentido e dizer que Alexandre está com tudo pronto e ele quem manda e desmanda, faz e desfaz, é uma realidade”.

“Essa ameaça que vai pegar tantos anos é até engraçado, porque Sérgio Cabral está na rua com quase 500 anos de cadeia, todos colarinhos branco da Lava Jato estão soltos. Então, a gente vê que a própria Suprema Corte tem medo de Alexandre de Moraes e a PF é o mesmo modo operandi de inquirir. E quando ouvi o áudio do Cid, já sabia que alguma coisa iria ocorrer com ele, logo no dia seguinte”, declarou Malta.

Para o senador Eduardo Girão (Novo-CE), “não cabe ao STF investigar a si próprio” e o depoimento de Mauro Cid ”é muito grave e parece ser mais crível ainda devido a espontaneidade e por ele ter gravado o áudio enquanto estava solto”.

“Mauro Cid imputa crimes de constrangimento ilegal, falsidade ideológica, prevaricação e abuso de autoridade à Policia Federal sob o comando do Supremo. Em bom português, ele afirmou que há intimidações com o objetivo de confirmar uma narrativa política. E fica a pergunta:por que um mesmo delegado faz os interrogatórios? Não houve distribuição ou é designado? Os interrogatórios são dirigidos? Os fatos precisam ser cabalmente investigados para confirmar ou desconfirmar as acusações”, declarou o parlamentar.

Girão também cobrou uma atitude do Senado diante dos “abusos” cometidos pelo STF e a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as acusações de crimes nas apurações do STF a cargo da PF.

“O Senado não pode se furtar à sua missão institucional no ano do seu bicentenário. É preciso ter a coragem para defender e fazer o que é certo. Essa CPI é necessária para passar a limpo os abusos que o STF é acusado de cometer e que poderia macular também a imagem de uma Instituição bastante acreditada pelos brasileiros como a PF”, explicou.

O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) criticou a decisão do ministro do STF ao mandar prender novamente Mauro Cid. "Alexandre de Moraes confirma teor dos áudios de Mauro Cid: a lei é ele. Não gostou das verdades que foram expostas a público e mandou prendê-lo de novo", escreveu na rede X.

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) questionou se Moraes "teria confirmado o teor dos áudios de Mauro Cid?". "A lei é ele, manda prender e manda soltar. O mandado de prisão preventiva contra o tenente Mauro Cid foi expedido pelo próprio ministro Alexandre de Moraes", escreveu pela rede X.

Nikolas Ferreira (PL-MG) também questionou “se a prisão de Cid não seria uma confirmação da veracidade do conteúdo do áudio dele?”.

Para o vice-líder da oposição da Câmara, Maurício Marcon (Podemos-RS), a decisão de M0raes “confirma o que Cid falou em uma conversa particular”. “A lei não existe mais, quem manda e está acima de tudo e de todos é Alexandre de Moraes. Até quando o Senado, responsável por colocar freios a esse tipo de absurdo vai se omitir?”, escreveu pela rede X.

Já o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo) apontou que o Alexandre de Moraes e STF "não são competentes para processar e julgar" o caso de Mauro Cid e os outros investigados na mesma ação, porque "nenhum deles têm foro privilegiado".

"Mauro Cid ficou mais de 4 meses preso sem denúncia, fez delação premiada enquanto estava PRESO ilegalmente, sem denúncia. A prisão dele foi alongada, abusiva e ilegal. Isso nunca aconteceu na Lava Jato: todas as prisões preventivas eram acompanhadas de denúncia no prazo legal, no máximo de 40 dias", ressaltou Deltan.

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