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Andrea Neves, irmã de Aécio, foi presa na Operação Patmos, em maio de 2017, na esteira da delação premiada do empresário Joesley Batista.
Andrea Neves, irmã de Aécio, foi presa na Operação Patmos, em maio de 2017, na esteira da delação premiada do empresário Joesley Batista.| Foto: Alex de Jesus/Estadão Conteúdo

A irmã do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) teve acesso a investigações sigilosas da Polícia Federal com ajuda de agentes da própria corporação, segundo aponta a PF, que deflagrou nesta quarta-feira (5) uma operação batizada de 'Escobar'. A investigação cita Andrea Neves como beneficiária de informações privilegiadas cedidas por policiais federais a advogados.

A PF de Minas Gerais descobriu uma rede interna de vazamentos, que era comandada por dois escrivães. Eles monitoravam inquéritos e passavam documentos que estavam em segredo de Justiça. Na ação, a polícia prendeu quatro investigados – foram três mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária – e cumpriu sete mandados de busca e apreensão nos escritórios dos advogados Ildeu da Cunha Pereira e Carlos Alberto Arges Júnior.

A Escobar é desdobramento da Operação Capitu, investigação sobre suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura no governo Dilma Rousseff. Em novembro de 2018, a Capitu apreendeu documentos na residência de Andrea, em Belo Horizonte.

Nesta quarta, a PF apreendeu o celular de Sanzio Baioneta Nogueira, defensor da irmã de Aécio. Os agentes também cumpriram mandados de intimação, um deles para Andrea Neves, para que "possíveis envolvidos prestem esclarecimentos".

De acordo com a PF, a investigação teve início após a apreensão, "na casa de investigados", de documentos sigilosos e internos da Polícia Federal, quando do cumprimento de mandados da Operação Capitu, em novembro de 2018. Segundo as investigações, os escrivães realizaram 56 acessos indevidos em casos de interesse do advogado Sânzio Nogueira, entre 2013 e 2018.

"Feitos os levantamentos e inúmeras diligências, foi possível constatar que advogados teriam cooptado servidores desta instituição, no intuito de obter, de forma ilegal, acesso a informações sigilosas ligadas a investigações em andamento nesta Superintendência", informou a PF.

Segundo a investigação, os advogados com "acesso privilegiado às informações usavam tal artifício para oferecer a seus clientes facilidades ilegais". Na avaliação dos federais, "tal atitude não só prejudica investigações como coloca em risco a segurança dos policiais envolvidos nos trabalhos".

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