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STF 8 de janeiro réu
Nesta quinta-feira (14), o primeiro réu foi condenado pelo STF a 17 anos de prisão, mais multa de R$ 44 mil e pagamento por danos morais coletivos| Foto: Rosinei Coutinho/STF

O primeiro réu condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do 8 de janeiro, Aécio Lúcio Costa Pereira, sentenciado nesta quinta-feira (14) a 17 anos de prisão, pegou uma pena 25 vezes maior que o primeiro condenado pela invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, ocorrida em 6 de janeiro de 2021.

O operador de guindaste Paul Hodgkins, de 40 anos, recebeu, de um juiz federal, a pena de oito meses de prisão, além de dois anos em condição de "liberdade vigiada". A decisão foi proferida em 21 de junho de 2021. De acordo com as investigações, Hodgkins passou cerca de 15 minutos no interior do Capitólio. No entanto, de acordo com a Justiça, não cometeu ou ameaçou cometer atos de violência concretos.

Ele não chegou a ir a julgamento. Na Justiça americana, um réu pode se declarar culpado e firmar um acordo para encerrar o processo criminal com uma pena menor.

“Foi uma decisão tola de minha parte e eu assumo a total responsabilidade por ela”, disse Hodgkins. Com a confissão, ele foi julgado pelo crime de obstrução dos procedimentos do Congresso.

"Quando uma multidão está preparada para atacar o Capitólio para impedir que funcionários eleitos de ambos os partidos cumpram seus deveres constitucionais e estatutários, a democracia está em apuros. O dano que eles causaram naquele dia vai muito além dos atrasos. Danos que persistirão neste país por décadas", discorreu o juiz federal Randolph Moss ao sentenciar o réu. Diferente do caso do Brasil, nos Estados Unidos, os sentenciados têm a possibilidade de recorrer a tribunais superiores.

Já Aécio Lúcio Costa Pereira, de 51 anos, foi condenado pelo STF a 17 anos de prisão pela prática de cinco crimes: “associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado”.

Se defendendo no caso, Aécio alegou que acreditava que a manifestação seria pacífica, além de ter negado ser responsável por danos ao patrimônio ou ter praticado atos de violência.

“Tentar dar golpe de Estado sem arma. As armas que temos aqui neste processo são canivetes, bolinhas de gude, machado. São as armas para o golpe de Estado? Não tinha nenhum quartel de prontidão. Quem iria assumir o poder?”, disse o advogado Sebastião Coelho da Silva no julgamento desta quarta-feira (13).

Ele também afirmou que seu cliente é vítima de “tortura psicológica” por estar preso há oito meses sem ter contato com a família.

“Este cidadão está há oito meses preso sem nenhum contato com família, porque sua família não foi vacinada, não tem cartão de vacina. Tão famoso cartão de vacina em moda aqui no país. Foi pedido que houvesse contato online, a distância. Isso foi negado pela Vara de Execuções Penais. Para preencher cadastro e falar com a família, precisava ter cartão de vacina. Isso é tortura psicológica”, declarou.

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