Uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest divulgada neste domingo (3) pelo jornal O Globo mostra que, para a maioria dos brasileiros, o fim da operação Lava Jato foi motivado pela ação de políticos que queriam barrar as investigações. Neste mês completam dez anos daquela que é considerada a maior operação contra a corrupção já realizada no país.
De acordo com a pesquisa, 42% dos entrevistados acreditam que a força-tarefa acabou por causa da ação dos políticos. Já para 25% houve exageros e erros por parte dos investigadores e juízes envolvidos na operação. Outros 8% responderam que, em 2021, a corrupção no governo havia acabado e já não havia mais nada para investigar.
Quase metade dos entrevistados (49%) afirma que a Lava Jato ajudou a combater a corrupção, enquanto 37% discordam dessa afirmação. Para 50%, a operação "fez mais bem" ao Brasil, contra 28% que consideram que ela "fez mais mal". Outros 7% responderam que "não fez bem, nem mal".
Lula, Moro e STF
A Genial/Quaest também perguntou aos entrevistados se eles consideram o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - condenado e preso com base nas investigações da Lava Jato - culpado ou inocente. O resultado mostra uma divisão sobre o assunto, com as duas alternativas alcançando 43%. Quando questionados se a Lava Jato investigou os partidos igualmente, 23% disseram que sim, porém, 28% afirmaram que ela investigou principalmente o PT.
Já a atuação do ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) à frente da operação divide os brasileiros. Dos entrevistados, 44% desaprovam o trabalho realizado por ele, enquanto 40% aprovam.
A pesquisa também ouviu a opinião dos brasileiros sobre as punições da Lava Jato anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). É o caso das condenações do presidente Lula e, mais recentemente, da suspensão pelo ministro Dias Toffoli de R$ 14 bilhões em multas aplicadas a empresas que foram alvo da força-tarefa. Para 74% dos entrevistados, o Supremo incentiva a corrupção ao cancelar as punições.
A pesquisa Genial/Quaest entrevistou presencialmente 2 mil brasileiros a partir de 16 anos em 120 municípios. A margem de erro é estimada em 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, para um nível de confiança de 95%.
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