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Manifestantes em Brasília na noite desta segunda (12).
Manifestantes em Brasília na noite desta segunda (12).| Foto: Reprodução/YouTube CNN Brasil.
Apuração em andamento
Este conteúdo é sobre um fato que ainda está sendo apurado pela redação. Logo teremos mais informações.

Pessoas suspeitas de terem participado da tentativa de invasão à sede da Polícia Federal (PF) e de incendiar veículos em Brasília, em 12 de dezembro, são alvo de uma operação desencadeada pela Polícia Federal e pela Polícia Civil do Distrito Federal na quarta-feira (28) e quinta-feira (29). De acordo com a PF, 21 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão serão cumpridos durante a Operação Nero.

As polícias Federal e Civil confirmaram que quatro pessoas já foram presas - uma delas em Brasília (DF), uma no Rio de Janeiro e duas em Rondônia. Outros sete mandados de prisão ainda devem ser cumpridos.

A determinação partiu do ministro Alexandre de Moraes, Supremo Tribunal Federal (STF), após os inquéritos abertos pela PF e pela Polícia Civil. A operação é desencadeada no Distrito Federal e em mais sete estados - Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.

As corporações informaram que já conseguiram individualizar as condutas de 11 pessoas nos atos de vandalismo do dia 12 de dezembro em Brasília, por isso elas são alvo da primeira fase da Operação Nero e tiveram as prisões temporárias decretadas pelo ministro do STF.

Mas, ao todo, cerca de 40 pessoas que cometeram crimes durante as manifestações daquele dia já foram identificadas. As investigações continuam e novas prisões poderão ser solicitadas em outras fases dessa operação.

Segundo as corporações, entre os alvo da Operação Nero há suspeitos que também teriam participado da tentativa de explosão de uma bomba em caminhão-tanque numa área próxima ao aeroporto de Brasília.

12 de dezembro

Em 12 de dezembro, manifestantes depredaram e queimaram oito carros estacionados próximos ao prédio da Diretoria-Geral da Polícia Federal, em Brasília. Também atearam fogo em ônibus – cinco foram queimados. Além disso, o grupo atirou pedras e paus na sede da PF.

O tumulto começou após a prisão de um indígena que tem participado de manifestações em Brasília contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O vandalismo ocorreu nas proximidades do hotel onde Lula está morando durante o período de transição de governo.

A polícia dispersou cerca de 200 manifestantes usando balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Vias próximas à sede da PF, na área central de Brasília, foram fechadas. A Polícia Militar do Distrito Federal também esteve no local para conter o protesto. A situação foi contida durante a madrugada de 13 de dezembro.

Ainda de acordo com as informações divulgadas pela PF, a Operação Nero tem como alvo pessoas suspeitas de terem cometimento os crimes de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Se os alvos da operação futuramente forem julgados e condenados por todos os crimes citados e com as penas máximas, a Polícia Federal destacou que o tempo de prisão poderia chegar a 34 anos.

O futuro ministro da Justiça do governo Lula, Flávio Dino, afirmou que a "liberdade de expressão não abrange terrorismo" ao se manifestar sobre a Operação Nero.

"As ações policiais em curso visam garantir o Estado de Direito, na dimensão fundamental da proteção à vida e ao patrimônio. Motivos políticos não legitimam incêndios criminosos, ataques à sede da Polícia Federal, depredações, bombas. Liberdade de expressão não abrange terrorismo", afirmou Dino nas redes sociais.

Críticas ao vandalismo

Os manifestantes que participaram dos atos de vandalismo seriam supostos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Vários deles usam camisas amarelas e estampadas com a bandeira do Brasil.

Mas, pela internet, apoiadores de Bolsonaro veiculam imagens e vídeos com manifestantes gritando "Fora Bolsonaro" e possíveis infiltrados escondendo o rosto com camisetas pretas.

Os atos de vandalismo e violência em Brasília foram criticados por deputados federais ligados a Bolsonaro e representantes da direita.

O jurista Fabrício Rebelo, pesquisador em segurança pública, estranhou a realização dos atos de vandalismo no dia da diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva. Nas redes sociais, ele lembrou que as manifestações vinham ocorrendo de forma "absolutamente pacífica" em frente aos quartéis. "Justo no dia da diplomação, quando alguns petistas aportaram em Brasília, eles, do nada, resolveram radicalizar e saíram incendiando veículos. Deve ser pura coincidência, claro...", escreveu no Twitter.

Para o presidente da Associação Brasileira de Juristas Conservadores (Abrajuc), João Daniel Silva, os atos que ocorreram nesta segunda (12), em Brasília, são atos criminosos. "A liberdade de manifestação não abarca depredações ao patrimônio público e vilipêndio ao bem privado. Isso é o modus operandi da esquerda. Estou certo de que esse distúrbio foi provocado por sabotadores infiltrados em meios aos manifestantes de direita", disse.

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