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Luís Roberto Barroso
Esquema teria começado em 2010 e mirou, entre os alvos, o ministro Luís Roberto Barroso, que preside o STF.| Foto: Rosinei Coutinho/STF

Pai e filho foram presos preventivamente pela Polícia Federal (PF) na quinta-feira (1) no âmbito da Operação I-Fraude, que desmantelou uma organização criminosa que invadia sistemas federais e vazava dados de autoridades e figuras públicas. Os suspeitos foram encontrados em uma residência em Vinhedo (SP), região de Campinas, durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão.

A dupla teve a prisão confirmada durante audiência de custódia na Justiça Federal de Campinas, sendo que o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), está entre as autoridades cujos dados pessoais foram vendidos pela quadrilha em redes sociais, segundo apurou o G1 e a GloboNews.

De acordo com a PF, a organização criminosa hackeava sistemas federais, adquiria dados e, posteriormente, os comercializava por meio de plataformas de redes sociais.

Entre os “clientes” da quadrilha, foram identificados membros de facções criminosas e integrantes das forças de segurança, como policiais, que recebiam o serviço gratuitamente mediante a exigência de envio de foto da carteira funcional para comprovação de identidade.

"Dentre os usuários, foi possível identificar membros de facções criminosas e até mesmo integrantes das forças de segurança. Com relação a estes últimos, os criminosos ofereciam o serviço de forma gratuita. No entanto, o servidor precisava enviar, para comprovação de identidade, foto de sua carteira funcional. Dessa forma, os criminosos obtiveram cadastro, com foto, de milhares de servidores da segurança pública e também forneciam esses dados", disse a PF em nota.

A suspeita é que o esquema tenha gerado pelo menos R$ 10 milhões entre 2010 e 2024. Para conter o avanço do grupo criminoso, a PF bloqueou cerca de R$ 4 milhões nas contas dos envolvidos.

A Operação I-Fraude foi deflagrada em cinco estados do Brasil, e as prisões ocorreram após a identificação de uma invasão de banco de dados de sistemas federais.

Os dados pessoais, inclusive de figuras públicas, eram disponibilizados em um painel de consulta oferecido em plataformas de redes sociais. Esse painel contava com aproximadamente dez mil “assinantes” e uma média de dez milhões de consultas mensais.

As penas para os crimes de invasão de dispositivo informático, lavagem de bens ou valores e organização criminosa podem chegar a 23 anos de reclusão. As investigações continuam, e novas acusações podem surgir durante o processo.

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