| Foto: Reprodução/TV Globo

Conhecida como o “Presídio dos Famosos”, a Penitenciária 2 (P2) de Tremembé, para onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ser transferido por decisão da Justiça, foi inaugurada em 1948, mas transformada em uma unidade para presos especiais em 2002, após ter parte de sua estrutura destruída em uma rebelião em 2000.

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Reconstruída, a unidade, localizada a 150 km da capital paulista, passou a abrigar presos que cometeram crimes de grande repercussão, mas que não são considerados perigosos. A unidade tem muros baixos e não dispõe de grande estrutura de segurança. Hoje, o presídio tem vagas para 408 detentos e não recebe membros de facções criminosas. Em 2003, foi premiada como “Modelo de Gestão Penitenciária”.

Lá estão Cristian Cravinhos, do caso Richthofen; Mizael Bispo, condenado por matar Mércia Nakashima; Gil Rugai, que matou o pai e a madrasta; Lindemberg Alves, do caso Eloá; e Guilherme Longo, padrasto acusado de matar o menino Joaquim. Também passaram por lá Alexandre Nardoni, condenado por matar a filha Isabela, e o ex-médico Roger Abdelmassih, condenado por abusar de pacientes.

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O presídio também recebeu, por um tempo, o delator do mensalão Marcos Valério e o ex-diretor da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, condenado na Lava Jato e apontado como o operador do PSDB no esquema de cobrança de propinas de construtoras responsáveis por obras de infraestrutura rodoviária em São Paulo.

Com celas para até oito presos e sem problemas de superlotação, a Penitenciária de Tremembé oferece aos presos a possibilidade de trabalhar em uma oficina de reforma de carteiras escolares, uma fábrica de fechaduras, uma de pastilhas desinfetantes para vaso sanitário e uma oficina de artesanato. A detenção também oferece aulas de teatro e grupos de leituras. As atividades são abertas a todos os presos e podem ser utilizadas para a remição das penas.

Há, no presídio, nove celas individuais. Mas não há nenhuma determinação para que Lula ocupe uma delas. As regras determinam que, ao chegar na unidade, o preso deixa todos seus pertences e recebe tudo o que é necessário para o cumprimento da pena no local: uniforme, do calçado a roupas de frio, passando pelas roupas íntimas; prato, caneca e talheres para a alimentação, e produtos de higiene pessoal. O preso recém-chegado passa por um período de 30 dias de adaptação, ficando em uma cela individual, para depois ser introduzido na rotina do presídio.

Detento revelou fraude em livro

Em julho, vários presos famosos de Tremembé deixaram juntos a prisão para prestar depoimento à juíza Sueli Zeraik, de São José dos Campos, a respeito de revelações contidas no livro "Diário de Tremembé – o presídio dos famosos", escrito pelo ex-prefeito de Ferraz de Vasconcelos (SP) e jornalista Acyr Filló, que está preso provisoriamente acusado de corrupção.

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O livro, que contém diálogos de Filló com diversos presos, revela uma possível fraude na situação médica de Roger Abdelmassih para facilitar sua saída da prisão por questões de saúde. O livro relata que o ex-médico consultou-se com Carlos Sussumum, médico preso por extorsão, sobre o uso de medicamentos para aumentar a pressão arterial e forçar um quadro de complicação cardíaca. O caso foi revelado pelo programa Fantástico, da Rede Globo.