Partido de esquerda diz que deputado licenciado fugiu do país para conspirar contra o Brasil.| Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Ouça este conteúdo

O PSOL pediu a prisão do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nesta quinta (10), à Procuradoria-Geral da República (PGR) por supostamente conspirar contra o Brasil, que teria resultado na decisão do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, de taxar os produtos brasileiros em 50% exportados para lá.

CARREGANDO :)

No pedido à PGR, o partido afirma que o parlamentar “atenta contra a soberania nacional” e que a suposta conspiração seria uma “segunda etapa do 8 de janeiro”, em referência aos atos violentos que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

“Atenta contra a soberania nacional e tenta sabotar as instituições brasileiras em uma atuação de lobby contra o Brasil com ações anti-diplomáticas equiparáveis a uma declaração de guerra, tamanho potencial de efeitos econômicos negativos”, disse Paula Coradi, presidente nacional do partido.

Publicidade

Ela afirma que Eduardo Bolsonaro fugiu do país para articular medidas “que prejudicam a economia nacional”, e que a “hipocrisia dos autointitulados patriotas que batem continência para a bandeira dos Estados Unidos ficou escancarada”.

“O lobby da família Bolsonaro nos EUA integra uma segunda etapa do 8 de janeiro, pois, após não conseguirem depor pela força o governo eleito, buscam agora alianças externas para pressionar e prejudicar economicamente o Brasil”, ressaltou.

Ainda de acordo com ela, esse suposto “lobby” estaria tentando chantagear o Brasil com uma “sabotagem internacional às nossas instituições”. “Isso é crime, não pode passar batido”, completou.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

O partido pede que Eduardo Bolsonaro responda pelos crimes de atentado à soberania nacional, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

Publicidade

Além da prisão do parlamentar, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) pediu na Justiça o bloqueio de bens, doações, contas bancárias e perfis em redes sociais de Eduardo Bolsonaro, além do indiciamento pelo crime de lesa-pátria.

"Eduardo Bolsonaro foi responsável por articular os ataques e as tarifas aplicadas por Trump contra o Brasil. E agora ele está organizando, nas redes sociais, um movimento para agradecer Trump e incentivar novos ataques contra o nosso país. Mesmo escondido nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro segue tendo um patrimônio milionário em nosso país e recebendo um salário de quase R$ 50 mil da Câmara dos Deputados. Além disso, ele recebe doações de apoiadores e dinheiro de venda de cursos de teor extremista", disse.

O tom do PSOL contra a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se tornou a tônica dos membros e aliados do governo, como mencionaram publicamente o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Fernando Haddad (PT), da Fazenda.

Alckmin afirma que “esse clã, mesmo fora do governo, continua trabalhando contra o interesse brasileiro e contra o povo brasileiro. Antes era um atentado à democracia, e agora é um atentado à economia, prejudicando as empresas e os empregos”.

Já Haddad pontuou que “isso é assumido publicamente pela pessoa que está nos Estados Unidos, em nome da família Bolsonaro, conspirando contra o Brasil e ameaçando o país, dizendo que, se não houver anistia, a situação tende a piorar”.

Publicidade

Entre os argumentos utilizados por Trump para sobretaxar as importações brasileiras está o que seria uma perseguição política a Bolsonaro no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Para ele, o Brasil promove uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente, descrevendo a situação como “uma vergonha” e exigindo que o processo judicial contra o ex-presidente seja encerrado.

O norte-americano também justificou a imposição das tarifas alegando prejuízos econômicos e denunciando supostas “ordens secretas e ilegais” contra plataformas de mídia nos Estados Unidos que, diz, violariam a liberdade de expressão.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]