O almirante Flavio Rocha, cotado para assumir a Secretaria-Geral da Presidência.| Foto: Tamna Waqued/Fiesp
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Nome mais cotado para substituir o ministro Jorge Oliveira na Secretaria-Geral da Presidência, o almirante Flávio Rocha se tornou um dos mais próximos auxiliares do presidente Jair Bolsonaro desde que chegou ao governo, em fevereiro. Já naquela época, Bolsonaro disse que o novo auxiliar merecia ser ministro.

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Oficialmente, o militar de 58 anos chefia a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, mas, na prática, atua como conselheiro para os mais diversos assuntos e um administrador de conflitos no Palácio do Planalto. Nas horas vagas, vira um “cicerone" e abre a casa localizada em um condomínio em Brasília para receber encontros de Bolsonaro com integrantes do governo e parlamentares.

O perfil afável e "resolvedor de problemas", segundo colegas de governo, o fizeram indispensável perto do presidente. E essa condição poderia ser um entrave para ele ser promovido a ministro e assumir outras funções no governo. Tanto é que o presidente ainda não bateu o martelo sobre a ida de Rocha para a Secretaria-Geral.

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Conforme interlocutores, Bolsonaro também avalia indicar o assessor-chefe do gabinete presidencial, o economista Célio Faria Junior. Homem de confiança do presidente, Faria, como servidor civil da Marinha, atuou como assessor da Força no relacionamento com o Executivo e o Congresso.

A decisão de Bolsonaro só deverá ser anunciada após o nome de Jorge Oliveira, indicado para o Tribunal de Contas da União (TCU), ser aprovado no Senado. A sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) está marcada para o dia 20, e a votação no plenário, dia 21. O ministro José Múcio se aposenta do TCU em 31 de dezembro.

Elogios de Bolsonaro ao almirante Flávio Rocha

Antes de ser nomeado no governo, Rocha passou a frequentar o Palácio do Planalto para conhecer a rotina do gabinete presidencial. O militar foi nomeado no dia 14 daquele mês. “Estamos comprando o passe dele da Marinha. Ele vem trabalhar com a gente aqui. Não vai ser ministro, não, apesar de ele merecer", disse Bolsonaro durante conversa com o jornal "O Estado de S. Paulo" no gabinete, em 5 de fevereiro.

Na ocasião, o presidente elogiou o fato de o almirante falar seis idiomas, habilidade que tem sido explorada. Rocha passou então a acompanhar Bolsonaro em contatos com líderes estrangeiros e esteve na comitiva que viajou ao Líbano após a explosão no porto em Beirute. Por sugestão de Rocha, a missão humanitária foi chefiada pelo ex-presidente Michel Temer.

O almirante também tem sido ouvido por Bolsonaro antes de indicações para postos no governo. A ele foi atribuída a escolha do professor Carlos Decotelli para o Ministério da Educação. Decotelli chegou a ser nomeado, mas não tomou posse após instituições terem negado títulos acadêmicos citados pelo professor em seu currículo.

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Em outra frente, Rocha atua como uma espécie de relações públicas do presidente. No feriado de 7 de setembro, por exemplo ofereceu um almoço em sua casa para Bolsonaro e ministros do governo, tendo Dias Toffoli, que estava deixando a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), como convidado especial.