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Novo lança pré-candidatura de Felipe d’Avila à Presidência: quem é ele e o que pensa
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O partido Novo lançou, nesta quarta-feira (3), a pré-candidatura de Luiz Felipe d'Avila à Presidência da República. O nome do empresário e cientista político entra na disputa no grupo da chamada terceira via, que tenta viabilizar um nome para fazer frente à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“O Novo trabalhará na construção de uma terceira via que possa trazer bom senso ao país e dignidade à cadeira de presidente da República, com um nome que tenha convicções fortes quanto às pautas reformistas e a importância da recuperação econômica. Acreditamos que o Felipe é capaz de ser essa pessoa e de unir a centro-direita em torno de um candidato único”, afirmou Eduardo Ribeiro, presidente nacional do Novo.

Em sua apresentação, Luiz Felipe d'Avila afirmou que sua candidatura vem para “romper com o populismo de direita e de esquerda. De acordo com ele, a polarização só será esvaziada com a retomada do diálogo entre os políticos.

“A candidatura do Novo vem para acabar com o populismo de esquerda e de direita. Vem para acabar com essa festa e fortalecer a democracia. Vem para privatizar empresas e mostrar que o mercado é parte sim da solução de muitos problemas públicos. É com a parceria público-privada que vamos ajudar o Brasil a encontrar soluções inovadoras para os seus reais problemas”, defendeu d'Avila.

Para o pré-candidato, o Brasil está “cheio de políticos competentes”, mas estes estariam “fora de Brasília”. “Nós temos de honrar a política. O Brasil não quer antipolíticos, o Brasil quer políticos que honrem os seus mandatos e a democracia. Com a minha experiência, eu posso lhes dizer, o Brasil está cheio de líderes políticos competentes e servidores compromissados com o serviço público. Esse Brasil não está em Brasília, está nos estados. Tem gente boa em todos os partidos e em todos os estados brasileiros. Esse é o Brasil que precisamos resgatar”, completou o pré-candidato.

Novo reforça pulverização da terceira via

Com o nome de Luiz Felipe d'Avila, os partidos que encampam uma candidatura na chamada terceira via já contam com pelo menos 11 pré-candidatos. Apesar disso, d'Avila afirmou que este é o momento de as siglas apresentarem os nomes para que a sociedade possa conhecer as alternativas.

“Vamos caminhar debatendo ideias e discutindo propostas pelo Brasil. É assim que se faz a política. A hora é dos candidatos se apresentarem e discutirem propostas. É o povo que vai decidir, não são os partidos políticos e não é conchavo de líderes políticos. Aguardem, esperem e fomentem o bom debate. Entendam que é na pluralidade que vai surgir a melhor proposta”, afirmou o pré-candidato.

O Novo não descarta abrir mão de sua pré-candidatura para apoiar outros nomes da chamada terceira via. Líderes do partido admitem que o nome de Felipe d'Avila será testado até meados de junho de 2022, quando uma definição sobre a candidatura será tomada.

Quem é Luiz Felipe d'Avila

Se confirmado na disputa, essa será a primeira eleição disputada por Luiz Felipe d'Avila. O empresário é formado em ciência política pela Universidade Americana em Paris, na França, e possui mestrado em Administração Pública pela Harvard Kennedy School, dos Estados Unidos.

Em 2008, d'Avila fundou o Centro de Liderança Pública (CLP), uma organização sem fins lucrativos dedicada à formação de líderes políticos. De acordo com o CLP, o trabalho já ultrapassou a marca de mil cidades impactadas por projetos ou cursos, além da formação de 300 líderes de diferentes partidos políticos.

"Eu sempre fui apaixonado por política. Desde criança eu convivi com personagens da política e sempre fiquei fascinado com as conversas do meu avô com Ulysses Guimarães, Fernando Henrique (...). Esse fascínio me fez estudar ciência política”, afirma d'Avila.

O pré-candidato do Novo é neto do ex-deputado federal João Pacheco Chaves (MDB-SP), já falecido, que presidiu o extinto Instituto Brasileiro do Café e que foi secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Luiz Felipe d'Avila é irmão do deputado estadual por São Paulo Frederico d’Avila (PSL), que é aliado do governo Bolsonaro.

“Eu digo que a família d’Avila é como todas as famílias brasileiras, que estão totalmente divididas por conta desse radicalismo. A família d’Avila é muito eclética, porque tem a Manuela d’Avila se você gostar da esquerda, tem o Frederico d’Avila lá e tem eu no meio. Tem direita, esquerda e meio. O que nós temos que fazer é dialogar e dialogar com todo mundo, inclusive com aqueles que pensam diferente da gente. É assim que vamos ter a volta da tolerância e do diálogo”, disse Luiz Felipe, em tom de brincadeira, já que ele não tem parentesco algum com a ex-deputada Manuela d’Avila (PCdoB).

Pré-candidato chega com missão de reduzir divisão entre integrantes do Novo 

Além de tentar viabilizar seu nome na terceira via, Luiz Felipe d'Avila encabeça o projeto político do Novo com a missão de reduzir as divisões internas da sigla. Há pelo menos um ano integrantes do partido vinham apontando divergências sobre posicionamentos e sobre as escolhas das candidaturas para 2022.

Ex-presidente e fundador do Novo, João Amoêdo chegou a defender publicamente um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. A mobilização, no entanto, não era consenso entre os integrantes da bancada no Congresso.

Amoêdo esteve cotado para disputar a Presidência em 2022 pelo partido. Contudo, seu nome não foi consenso entre os demais membros do Novo e ele acabou retirando a pré-candidatura. Ym dos fundadores do partido, Amoêdo foi candidato ao Palácio do Planalto em 2018 e obteve apenas 2,5% dos votos.

Único governador do partido e candidato à reeleição em 2022, Romeu Zema foi um dos mais críticos a uma nova candidatura de Amoêdo. Recentemente, o governador de Minas Gerais afirmou que o partido precisava mudar para não acabar.

Agora, d'Avila acredita que o Novo está mais unido em torno de sua pré-candidatura. Além disso, afirma que as divisões serão superadas nos próximos meses. “Essa divisão ocorre em todos os partidos, mas no Novo estamos superando”, afirma.

Para a deputada distrital Júlia Lucy, o partido estava em “frangalhos”, mas a candidatura do cientista político vai reconstruir o Novo. “Nós estávamos aqui em frangalhos e divididos. Infelizmente talvez alguns ainda saiam do partido, mas o que ele está fazendo me fez continuar acreditando no meu partido e a continuar levando os valores da liberdade”, afirma a deputada.

De acordo com o pré-candidato, o “dever de casa” já está sendo feito. “O nosso partido já está unido. Se quisermos unir o país, nós precisamos fazer o dever de casa. Estamos unidos e comprometidos que o Novo não vai fugir da responsabilidade de retirar a democracia da lama que está hoje”, afirmou d'Avila.

Correção

Diferentemente da primeira versão publicada deste texto, o empresário Luiz Felipe d'Avila, candidato a presidente da República pelo Novo, não é primo da ex-deputada Manuela d’Avila (PCdoB).

Corrigido em 29/08/2022 às 22:27
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