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Com o anúncio de afastamento da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que deixou o país após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o suplente Coronel Tadeu (PL-SP) deve assumir a vaga na Câmara dos Deputados nos próximos dias. A licença da parlamentar, no prazo de 127 dias, foi oficializada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta quinta-feira (5).
“A Câmara publicou a licença de 127 dias solicitada pela deputada Carla Zambelli, que inclui licença para tratamento de saúde (7 dias) e 120 dias para interesse particular. A decisão foi publicada no Diário da Câmara. O deputado Coronel Tadeu assume a vaga”, informou a assessoria em publicação no X.
Na terça (3), Zambelli informou que está fora do Brasil para um tratamento de saúde e anunciou que iria se licenciar do cargo de deputada federal. O anúncio ocorreu após ela ser condenada a 10 anos e 8 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal por suposta invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Nesta quarta (4), ela teve a prisão preventiva determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, no entanto, antes de ser presa o pedido precisa ser votado no plenário da Câmara.
O prazo para licença iniciou no dia 29 de maio e engloba licença para tratamento de saúde (7 dias), além de outros 120 dias para interesse particular, sendo concluído no dia 2 de outubro. A decisão foi publicada em edição extra do Diário da Câmara.
Perfil de Coronel Tadeu
Marcio Tadeu Anhaia de Lemos, mais conhecido como Coronel Tadeu, é oficial da reserva da Polícia Militar de São Paulo e já exerceu mandato como deputado federal entre 2019 e 2023. Na eleição de 2022, obteve 61 mil votos e ficou como terceiro suplente da coligação.
Coronel Tadeu construiu sua trajetória política com base em pautas conservadoras, tendo como principal bandeira a segurança pública. Durante seu primeiro mandato, apresentou mais de 120 projetos de lei, com propostas voltadas à valorização das forças policiais, endurecimento penal e combate à criminalidade. Também atuou como vice-líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara.
Na Polícia Militar, onde atuou por três décadas (1982 a 2012), comandou comunidades de elite como o GATE e companhias em regiões de alta criminalidade, como Itaquera, Casa Verde e Freguesia do Ó. Chefiou ainda operações logísticas e de segurança em grandes eventos, como o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1.
Formado pela Academia do Barro Branco, é bacharel em Direito pela USP, tem mestrado em Ciências Policiais e é autor de dois livros sobre segurança pública. Além disso, é piloto de helicóptero e atua como consultor na área.
Retorno ao Congresso
Caso confirmado, o retorno de Coronel Tadeu à Câmara deve reforçar a bancada da segurança e da oposição ao governo Lula. O PL, partido ao qual ele é filiado, conta com uma das maiores bancadas da atual legislatura e tem adotado uma postura de enfrentamento ao STF e ao Executivo.
A substituição ocorre em meio à forte polarização política no país e ao aumento das tensões entre Judiciário e setores conservadores do Congresso. A eventual posse de Tadeu também reacende o debate sobre a atuação da bancada da bala e o papel das forças de segurança na formulação de políticas públicas.
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