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Ramagem pede que Motta mantenha seu mandato contra decisão do STF

Alexandre Ramagem, durante sessão de oitivas da Ação Penal nº 2.668 (núcleo 1)
Alexandre Ramagem, durante sessão de oitivas da Ação Penal nº 2.668 (núcleo 1) (Foto: Ton Molina/STF)

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O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) pediu, nesta quinta-feira (18), ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que mantenha seu mandato mesmo após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) pela cassação.

Em sua defesa formal enviada à Câmara, Ramagem declarou-se vítima de “perseguição política” e solicitou autorização para exercer o cargo de maneira remota. Ele afirmou, ainda, que a decisão do STF que determina a perda de seu mandato está “viciada desde a origem”.

Nos EUA desde setembro, Ramagem saiu do país através da fronteira de Roraima com a Guiana e, de lá, até Miami por avião. A Polícia Federal investiga um grupo por supostamente ter ajudado o parlamentar a escapar do país.

O STF condenou Ramagem a 16 anos de prisão sob a acusação de integrar organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, com perda automática do mandato e dos direitos políticos (decisão transitada em julgado).

O presidente da Câmara, Hugo Motta, inicialmente planejava submeter o caso ao plenário, mas mudou de estratégia após o precedente de Carla Zambelli — em que o plenário manteve o mandato, mas o STF anulou a decisão.

Atualmente, líderes defendem a cassação direta pela Mesa Diretora, mas a decisão deve ficar para 2026, devido ao recesso parlamentar e ao fato de Ramagem ainda não ter atingido o limite formal de faltas injustificadas.

Ramagem cogita renunciar em 2026, caso obtenha asilo político nos EUA (processo em andamento), uma vez que a manutenção do mandato facilitaria a solicitação. Embora seu salário e cota parlamentar estejam bloqueados, o gabinete segue ativo, com gastos públicos superiores a R$ 500 mil desde sua fuga.

O caso gera tensão institucional entre a Câmara e o STF, sob críticas de que a Casa estaria protelando o cumprimento da decisão judicial.

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