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Caso Marielle

Relator pretende manter prisão do deputado Chiquinho Brazão em sessão da CCJ

Chiquinho Brazão
Deputado Darci Matos afirmou que há elementos suficientes para manter Brazão preso por suspeita de envolvimento na morte de Marielle. (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

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O relator do processo contra o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Darci Matos (PSD-SC) afirmou na manhã desta terça (26) que pretende manter a prisão dele no relatório que vai apresentar para ser votado à tarde no colegiado.

Matos começou a estudar o caso ainda na segunda (25) após ter sido escolhido para relatar o caso, e afirmou que pretende protocolar o parecer até às 12h. Pela manhã, ele participa de reuniões com a consultoria da casa, para embasar legalmente a decisão, e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que pretende colocar o relatório em votação no plenário entre esta terça (26), após a votação na CCJ, ou no máximo na quarta (27).

Segundo Matos, a defesa de Brazão terá a oportunidade de se defender tanto na sessão da CCJ como na do plenário, mas afirmou que há elementos jurídicos suficientes para manter a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Tenho o desejo de apresentar um parecer para manter a prisão. [...] A nossa argumentação o é de que a prisão procede”, afirmou em entrevista à GloboNews concordando com a decisão de Moraes de que há elementos de obstrução de Justiça com formação de quadrilha que “configura flagrante delito”.

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Darci Matos afirmou que vai “buscar o apoio do centro, da direita e esquerda para punir severamente esse parlamentar” pelo “crime bárbaro”, mas reconheceu que pode haver uma “discussão acalorada” durante as sessões, já que as votações são abertas e nominais.

Ele afirmou que este formato de votação vai expor o parlamentar que se mostrar favorável a Chiquinho e também por conta da questionada atuação do STF sobre questões legislativas. “Mas, neste caso, transcende tudo isso, e a Câmara tem que dar uma resposta dura”, completou.

O deputado afirmou esperar conseguir um quórum suficiente nas duas sessões para alcançar uma maioria simples na CCJ e uma qualificada no plenário – são necessários, pelo menos, 257 votos para aprovar o parecer e manter a prisão de Brazão.

Além da votação na CCJ e no plenário, o PSOL pediu a cassação do mandato de Chiquinho Brazão por quebra de decoro parlamentar. “Desonrou o cargo para o qual foi eleito, abusando das prerrogativas asseguradas para cometer as ilegalidades e irregularidades. A sua cassação é uma necessidade: a cada dia que o representado continua como deputado federal, é mais um dia de mácula e de mancha na história desta Câmara”, afirmou a representação do partido.

Chiquinho Brazão foi preso no domingo (24) junto do irmão, o conselheiro Domingos Brazão, do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), além do delegado Rivaldo Barbosa, suspeitos de serem os mandantes da morte de Marielle Franco, em 2018.

Eles foram citados pelo ex-policial militar Ronnie Lessa em delação premiada homologada na semana passada por Moraes.

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