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A ex-presidente da Caixa, Maria Rita Serrano.
A ex-presidente da Caixa, Maria Rita Serrano.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Após ser demitida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do comando da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano afirmou nesta quinta-feira (26) que espera “deixar como legado a mensagem de que é preciso enfrentar a misoginia”. Ao se manifestar pela primeira vez sobre a saída do cargo, ela ressaltou que “ser mulher em espaços de poder é algo sempre desafiador”.

A possível mudança na presidência do banco já era ventilada desde julho e contava com a pressão do Centrão para ocorrer. Rita Serrano foi a terceira mulher do primeiro escalão do governo federal a ser demitida por Lula. O mandatário irá nomear o economista Carlos Antônio Vieira Fernandes, indicado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

“Ser mulher em espaços de poder é algo sempre desafiador. Não foi fácil ver meu nome exposto durante meses à fio na imprensa. Espero deixar como legado a mensagem de que é preciso enfrentar a misoginia, de que é possível uma empregada de carreira ser presidente de um grande banco e entregar resultados, de que é possível ter um banco público eficiente e íntegro, de que é necessário e urgente pensar em outra forma de fazer política e ter relações humanizadas no trabalho”, disse Serrano nas redes sociais.

Ela citou os feitos de sua gestão à frente da Caixa durante os últimos dez meses. “Demos um salto de qualidade na discussão da diversidade, tornando-nos uma das poucas grandes empresas do Brasil e do mundo a ter maioria de mulheres na alta administração. Retomamos relações com entidades sindicais, respeitando o processo de livre negociação e democracia”, disse.

“Todo esse resultado é fruto de um esforço de trabalho coletivo. São 87 mil empregados diretos e outros milhares indiretos atuando todos os dias para garantir um atendimento digno aos clientes e à população brasileira. Empregados que voltaram a ter orgulho de trabalhar na Caixa”, acrescentou.

Serrano agradeceu sua “equipe, dirigentes, assessores, colegas de trabalho de todo o país, minha família, entidades e, em especial, ao presidente Lula, pela confiança depositada”. Se dirigindo diretamente a Lula, ela afirmou: “Presidente, para mim, foi uma honra ter participado do seu governo”. “Nos próximos dias, faremos a transição com o futuro presidente do banco, ao qual desde já registro meus desejos de boa sorte. Quanto a mim, volto a ser bancária, com muito orgulho”, concluiu.

Em julho, Lula exonerou Daniela Carneiro do comando do Ministério do Turismo e a substituiu pelo deputado Celso Sabino (União-PA). Dois meses depois, a ministra dos Esportes, Ana Moser, foi demitida para que outro representante do Centrão fosse alocado no governo e o deputado federal André Fufuca (PP-MA) assumiu a pasta.

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