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Rui Costa
Balanço elaborado pelo ministro da Casa Civil deixa de fora crises como alta da inflação dos alimentos e política externa.| Foto: reprodução/Canal Gov

O ministro Rui Costa, da Casa Civil, apresentou nesta segunda (18) uma espécie de balanço “positivo” das ações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao longo do ano de 2023 durante a primeira reunião ministerial do ano. O encontro com o alto escalão do governo ocorre desde a manhã no Palácio do Planalto e foi marcado, no começo, por críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lula chamou o ex-presidente de “covardão” por ter viajado aos Estados Unidos no final de 2022 na expectativa, diz, de que um golpe de Estado seria dado com ele fora do país.

A reunião foi convocada por Lula para, entre outros motivos, tentar estancar a desidratação que vem sofrendo nas pesquisas de opinião publicadas recentemente, em que a desaprovação do governo segue uma tendência de alta mesmo com resultados satisfatórios da economia, como queda do desemprego, aumento do PIB, anúncios de investimentos públicos e privados, programas sociais, entre outros.

O presidente Lula afirmou que os números “positivos” apresentados nesta segunda (18) são principalmente para contestar o “pessimismo muitas vezes vendido através de determinados editoriais e meios de comunicação”. “Vocês vão perceber a surpresa para aqueles que não acreditam no que está acontecendo neste país”, afirmou ressaltando que espera um crescimento contínuo ano a ano até 2026.

Ao todo, Rui Costa reuniu as ações do governo realizadas entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2024 em seis “eixos de prioridades” que ele chama de “Brasil no Rumo Certo”, que englobam, entre outros, a economia, investimentos, política externa “ativa e altiva”, pacto federativo e a democracia (veja na íntegra).

O balanço, no entanto, deixa de lado questões como a alta da inflação dos alimentos, que fez Lula convocar uma reunião com ministros da área, na semana passada, para discutir motivos e conter o aumento dos preços. A conclusão foi de que as condições climáticas dos últimos meses levaram a isso, mas que já há sinais de desaceleração dos valores no campo que devem chegar aos consumidores a partir de abril.

O ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, afirmou que o governo vai monitorar o mercado, principalmente os atacadistas, e que se a redução não for repassada ao consumidor, medidas podem ser tomadas com a equipe econômica.

Outro ponto do balanço apresentado por Rui Costa fala dos feitos da política externa brasileira sob Lula, como contatos com chefes de estado/governo de 62 países, o retorno a fóruns como a Celac (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos) e a Unasul (União Sul-americana de Nações), e a saída do Foro para o Progresso da América do Sul (Prosul).

No entanto, nesta área da diplomacia, o balanço deixou de falar sobre a mais recente crise diplomática com o governo de Israel após Lula comparar a reação do país contra o Hamas pelos ataques terroristas que levaram à guerra ao Holocausto nazista, além de reafirmar que o país estaria promovendo um “genocídio” em Gaza.

Outro revés que a política externa de Lula sofreu também foi relativa ao conflito entre Israel e o Hamas, em que não conseguiu avançar nas negociações por um cessar-fogo enquanto exerceu a presidência rotativa temporária do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), em outubro.

Ainda durante o ano de 2023, Lula também foi fortemente criticado por ter feito declarações dúbias sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia, chegando a igualar a culpa pela invasão. O próprio presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticou as declarações de Lula e afirmou que ele precisava compreender “quem é a vítima e quem é o agressor”.

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