O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou a posição do chefe do Executivo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobre a guerra em seu país e rechaçou soluções de paz que impliquem na cessão de território ucraniano à Rússia.
"Quando falamos de uma fórmula unilateral ou multilateral, devemos ser justos. E o presidente Lula deve entender claramente que a guerra é na Ucrânia e não na Rússia. Nem no Brasil, nem na África, nem nos Estados Unidos", afirmou Zelensky em entrevista à emissora estatal portuguesa RTP.
Zelensky opinou ainda que “para dizer algo é preciso compreender quem é a vítima e quem é o agressor” e que a solução para a paz “não é uma fórmula unilateral”, mas sim do “país que sofre”.
As propostas de paz que implicam na cessão de território à Rússia não são “coerentes”, acrescentou o presidente ucraniano. “Não é compatível com o respeito pela nossa integridade territorial e soberania (…) As pessoas devem respeitar os territórios dos Estados independentes”, completou.
A posição de Lula, apesar de sua posterior condenação à invasão russa, já havia sido criticada pela Ucrânia, por considerar que coloca a responsabilidade em ambas as partes, além de sugerir que uma saída do conflito poderia ser a cessão de território à Rússia.
Na entrevista à RTP, que será transmitida na íntegra na noite desta terça-feira, Zelensky elogiou o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, por ter proferido um discurso em ucraniano na semana passada, durante a sua visita a Kiev. “Isso significa respeito pela Ucrânia da parte deles e nós apreciamos muito isso”, comentou.
Posicionamentos de Lula sobre a guerra
Em abril deste ano, Lula voltou a dizer que a Ucrânia também foi responsável pela decisão de entrar em guerra com a Rússia. Em maio de 2022, o petista já havia afirmado que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, era tão responsável pelo conflito quanto o líder russo, Vladimir Putin.
“A construção da guerra será mais fácil que a saída da guerra. A decisão da guerra foi tomada por dois países. E agora o que estamos tentando construir é um grupo de países que não tem envolvimento com a guerra, que não querem a guerra, que desejam construir paz no mundo, para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia”, disse o presidente durante entrevista coletiva nos Emirados Árabes Unidos.
Já em 14 de agosto, o petista afirmou que a guerra da Rússia contra a Ucrânia vai se encaminhar para um término apenas quando os dois países “tiverem humildade” de sentarem para conversar e negociar a paz. A fala ocorreu durante a transmissão da live semanal, que teve picos de 3,5 mil pessoas assistindo.
“Qual é o ponto? Possivelmente só os dois tenham, e quando os dois tiverem a humildade e quiserem conversar, vai se encontrar uma solução. Por enquanto, os dois acham que vão ganhar a guerra”, opinou.
Além disso, a gestão de Lula também é marcada pela tentativa fracassada de criar um "clube da paz" para intermediar a pacificação na guerra da Ucrânia. Mas as declarações do presidente brasileiro ao longo deste período ampliaram seu isolamento em relação aos países do Ocidente.
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