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Anderson Torres
De acordo com o STF, a Polícia Federal não estaria conseguindo acessar a “nuvem” de Anderson Torres.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um prazo de 48 horas para que a defesa do ex-ministro Anderson Torres dê esclarecimentos sobre a informação prestada pela Polícia Federal nesta sexta (28) de que as senhas fornecidas para o acesso a dados eletrônicos estão incorretas. Ele é um dos investigados por envolvimento nos atos de 8 de janeiro em Brasília, quando ocupava o cargo de secretário da Segurança Pública do Distrito Federal.

De acordo com o despacho do ministro, obtido pela Gazeta do Povo, a PF constatou que “que nenhuma das senhas fornecidas estava correta, o que inviabilizou a extração dos dados armazenados no serviço” de nuvem de Anderson Torres. A defesa do ex-ministro entregou as senhas à Procuradoria-Geral da República (PGR) há pouco mais de uma semana, como um ato de colaboração em vista de conseguir um habeas corpus para trocar a prisão preventiva por medidas cautelares.

Um novo pedido de habeas corpus feito na última quarta (26) pela defesa de Torres alegou que ele corria “risco de suicídio” após ter o quadro de saúde agravado na prisão nas últimas semanas. Isso teria ocorrido após outro pedido de soltura ter sido negado por Alexandre de Moraes.

A defesa de Torres disse que “foi surpreendida com a notícia de que o referente forneceu senhas inválidas à Polícia Federal”. De acordo com um requerimento protocolado no STF e também enviado à reportagem, é possível que “as senhas tenham sido fornecidas equivocadamente, dado o seu grau de comprometimento cognitivo”, que teria sido comprovado por um laudo psiquiátrico que levou à prescrição de medicamentos.

“Nesse cenário, tendo em vista o atual estado mental do requerente, com lapsos frequentes de memória e dificuldade cognitiva, a confirmação da validade das senhas, na hodierna conjuntura, revela-se sobremaneira dificultosa”, completou a defesa do ex-ministro.

Os advogados que defendem Torres afirmaram, ainda, que não tentaram confirmar se as senhas ainda eram válidas “de modo a preservar a cadeia de custódia”, e que, nos dias de hoje, os usuários não mais se preocupam em “decorar” senhas, “já que a modernidade permite que os aparelhos armazenem as senhas, com a possibilidade de utilização do ‘face ID’ ou mesmo de sua ‘digital’ para fins de acesso a seus dados pessoais”.

A defesa de Torres finaliza o requerimento pedindo que o STF requisite à Apple e ao provedor de serviços de internet UOL que disponibilizem os dados referentes à nuvem e ao email do ex-ministro.

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