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O ex-presidente Michel Temer (MDB) elogiou neste sábado (12) a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) na "defesa da democracia" e destacou o papel do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), como fundamental para o equilíbrio institucional. Para Temer, tanto Motta quanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), estão preparados para cumprir com rigor os "preceitos constitucionais" e dar estabilidade ao país.
“Tenho absoluta convicção de que ambos farão um belíssimo papel à frente do Legislativo. Vão contribuir decisivamente para a plena democracia”, afirmou Temer durante participação na Brazil Conference, evento realizado pela comunidade brasileira da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Em sua fala, o emedebista também exaltou o trabalho do STF, classificando o desempenho da Corte como um “esforço extraordinário para manter a democracia de pé” nos últimos anos. Sua declaração ocorre semanas após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete aliados terem sido tornado réus pela Primeira Turma do STF por suposta tentativa de golpe de Estado.
O elogio ao presidente da Câmara também ocorre em meio à pressão política envolvendo o Projeto de Lei da Anistia, que busca beneficiar os condenados pelos atos de 8 de Janeiro. Motta tem sido visto como peça-chave para retardar o avanço da proposta, o que contrasta com os acenos elogiosos de Temer à sua conduta institucional.
Ex-presidente criticou oposição por "tentar destruir quem ganhou as eleições"
Ao tratar do papel da oposição, o ex-presidente reforçou sua visão sobre os limites democráticos: “A oposição existe para fiscalizar e impedir o poder absoluto. Mas há um equívoco grave quando se tenta destruir quem venceu as eleições. Isso é uma incivilidade política, contrária aos interesses do povo”.
Sobre o atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Temer expressou preocupação com divergências internas, sobretudo na área econômica. Embora tenha reconhecido o empenho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ele apontou “certa dificuldade interna” no Executivo. “Vejo um cenário que não é útil ao país”, alertou.
Questionado sobre os baixos índices de aprovação de seu governo e a comparação com a gestão de Dilma Rousseff (PT), Temer disse que a diferença está na qualidade da equipe e na disposição para reformas. “Fizemos as reformas necessárias e atuamos com muita harmonia. Essa foi a marca do nosso governo”, concluiu.