Embora o atirador que vitimou quatro pessoas e feriu outras 12 em escolas de Aracruz (ES) tenha dito que agiu sozinho no crime, a polícia do estado investiga se há mais pessoas envolvidas nos ataques. A informação foi dada pelo governador do estado, Renato Casagrande (PSB), durante o velório da professora Flávia Amboss Merçon Leonardo, na manhã deste domingo (27).
A suspeita é de que o adolescente de 16 anos preso momentos depois dos ataques tenha vínculos com grupos extremistas, onde pode ter aprendido a manejar armas com habilidade. O jovem é filho de um policial militar, o que também não descarta a responsabilidade do pai nas orientações, segundo as investigações.
“A investigação é que vai dizer como ele com 16 anos tinha tanta habilidade com armas. E como ele conseguiu carregar e recarregar. Talvez ele tivesse algum vínculo com algum grupo de fora neonazista, neofascista”, disse Casagrande.
No momento dos ataques, o jovem usava roupas táticas com um símbolo nazista, o que levantou a suspeita das autoridades. A polícia também vai analisar equipamentos como o telefone celular e o computador do jovem.
Também se investiga se o pai do adolescente o ensinou a dirigir, já que utilizou o carro da família pra se deslocar entre as escolas na última sexta (25). E também a habilidade em manejar o armamento – uma das armas utilizadas no crime também era de propriedade da família.
“O policial naturalmente estava com a arma em casa, acho que todo mundo tem que ter muito cuidado para que pessoas menores de idade não tenham autorização, utilize e use e pratique com essa arma. Então, a Polícia Militar está sim no processo de investigação, mas é a Polícia Civil pra dizer se teve de fato cumplicidade de alguém neste fato”, completou.
No inquérito instaurado pela Polícia Civil do Espírito Santo, o adolescente vai responder por ato infracional análogo a três homicídios e 10 tentativas de homicídio qualificado. Ao todo, quatro pessoas morreram e 12 ficaram feridas.
Federação pede medidas mais duras de combate à apologia ao nazismo
Em uma nota emitida neste sábado (26), um dia depois dos ataques, a Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj) afirmou que as prefeituras, os estados e o Governo Federal junto do Ministério Público e do Judiciário devem combater e punir grupos que promovem apologia ao nazismo e o que seria um “recrutamento de jovens em células nazistas”.
Para Alberto David Klein, presidente da federação, este crime no Espírito Santo não é apenas um ato isolado, assim como outros já vêm ocorrendo pelo país.
“É necessário um planejamento de ações e recursos para apoiar investigações que venham desmantelar as células nazistas, identificar quem as financia e punir os responsáveis”, disse lembrando de medidas tomadas no estado do Rio de Janeiro para combater a apologia ao nazismo, considerado crime no Brasil.
Entre elas, a entidade conseguiu uma decisão favorável na Justiça para a retirada do livro “Minha Luta” da venda em plataformas virtuais. “O atentado de Aracruz não pode ficar impune e nem ser esquecido”, finaliza Klein.
-
Censura clandestina praticada pelo TSE, se confirmada, é motivo para impeachment
-
“Ações censórias e abusivas da Suprema Corte devem chegar ao conhecimento da sociedade”, defendem especialistas
-
Elon Musk diz que Alexandre de Moraes interferiu nas eleições; acompanhe o Sem Rodeios
-
“Para Lula, indígena só serve se estiver segregado e isolado”, dispara deputada Silvia Waiãpi
Ampliação de energia é o maior atrativo da privatização da Emae, avalia governo Tarcísio
Ex-desembargador afirma que Brasil pode “se transformar num narcoestado”
Contra “sentença” de precariedade, estados do Sul buscam protagonismo em negociação sobre ferrovia
Câmara de São Paulo aprova privatização da Sabesp com apoio da base aliada de Nunes
Deixe sua opinião