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Por Marcel Balassiano, publicado pelo Instituto Liberal

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Com base nas projeções do World Economic Outlook, levando em consideração 100 países (39 avançados e 61 emergentes), a taxa de desemprego mundial deve ser de 9,5% em 2020.

Neste artigo, faço uma comparação destas projeções para 2020 com 2009, o ano mais impactado pela crise financeira internacional. O Gráfico 1 mostra que a taxa média de desemprego deve ser maior em 2020 do que em 2009, tanto para a média do mundo como das economias avançadas e emergentes.

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O Gráfico 2 mostra a proporção de países com uma taxa de desemprego maior em 2020 (segundo as projeções do FMI) do que em 2009. Segundo estes dados, 57% dos países da amostra inteira vão apresentar um desemprego maior no ano da crise do coronavírus do que no segundo ano da crise financeira internacional. Ao se separar entre economias avançadas e emergentes, 54% dos países do primeiro grupo devem ter uma taxa de desemprego maior do que em 2009; e 58% para os países emergentes.[1]

Na zona do euro, região fortemente impactada pelo coronavírus, principalmente Itália, Espanha e França, pouco mais da metade (53%) dos países terá um desemprego maior neste ano do que em 2009.[2] No G7, Itália, França e EUA devem apresentar um desemprego maior em 2020 em relação a 2009.[3] Na América Latina,[4] somente Peru e Chile devem apresentar taxas menores agora do que em 2009 e no Equador e México a taxa deve ser a mesma. Portanto, os outros doze países (75%) devem apresentar taxas maiores em 2020 do que em 2009. A maior diferença na América Latina é do Brasil, de 5,0 p.p. de aumento do desemprego (9,7% em 2009 e 14,7% para este ano, segundo as projeções do FMI), agravando mais ainda a já crítica situação do mercado de trabalho brasileiro pré-coronavírus.

Forte queda da atividade econômica em função da crise do coronavírus, somada ao desequilíbrio fiscal atual e incerteza quanto ao futuro das contas públicas, além da crise política, podem levar o Brasil a este alto patamar de desemprego.

[1] Lembrando que, também de acordo com dados e projeções do FMI, o PIB mundial ficou estagnado (-0,1% de crescimento real) em 2009 e deve recuar 3,0% neste ano. Sobre o PIB, nas economias avançadas o recuo foi de 3,3% em 2009 e deve ser de 6,1% este ano. As economias emergentes, que apresentaram um crescimento de 2,8% da atividade econômica em 2009, devem apresentar uma queda de 1,1% em 2020.

[2] Alemanha, Finlândia, Irlanda, Bélgica, Malta, Eslováquia, Lituânia, Estônia e Letônia são os países cujo desemprego será menor neste ano do que na outra crise.

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[3] Sendo na Itália a maior diferença, de 5,0 p.p., pois deve passar de uma taxa de 7,7% para 12,7%. Nos EUA, o aumento deve ser de 1,1 p.p., passando de 9,3% para 10,4%. Já na França, aumento de 1,3 p.p. (9,1% e 10,4%). Já os outros quatro países (Canadá, Japão, Reino Unido e Alemanha) devem apresentar em 2020 taxas de desemprego menores do que na crise financeira internacional.

[4] Para a América Latina, não há dados ou projeções para Cuba, Guatemala, Haiti e Venezuela. Portanto, são 16 países na amostra da América Latina.