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A despedida de Trump
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A mídia martelou por quatro anos que ele era um fascista, um antidemocrata, um golpista em conluio com os russos, mas hoje teremos uma transição pacífica de poder, em que pese a ausência equivocada de Trump na cerimônia, em minha opinião.

E Trump desejou, em seu último vídeo gravado como presidente, sorte e o melhor para a nova gestão, agradecendo a todos pelo apoio e o trabalho em seu governo, com gratidão, além de condenar qualquer violência política. Não parece nada com Hitler.

As cenas da invasão no Capitólio foram lamentáveis e muitos, inclusive entre os republicanos, condenaram o discurso inflamado de Trump por isso. Mas, justiça seja feita, o presidente não convocou ninguém para atos criminosos, e condenou no mesmo dia a invasão, pedindo para todos voltarem para casa em paz.

A tática dos democratas, porém, é colar não só em Trump, mas em todos os seus apoiadores, a imagem daquela invasão, alegando que era o resultado inevitável do seu governo. Isso é falso. E é complicado pensar em pacificação enquanto os democratas adotam essa postura, demonizando mais de 70 milhões de americanos.

Em seu editorial equilibrado, a Gazeta do Povo reconhece acertos de Trump e aponta erros, destacando que a direita terá de separar o joio do trigo, enquanto os democratas moderados - se ainda existem - têm uma missão importante pela frente: "Serão os democratas moderados, agora, os responsáveis por frear as plataformas mais extremistas, muitas delas baseadas na intensificação das políticas identitárias que, em vez de criar pontes e combater o preconceito, acabam dividindo ainda mais a sociedade".

David L. Bahnsen, curador do National Review Institute, publicou um longo texto em que analisa o legado do presidente, reconhecendo suas virtudes, mas destacando o lado negativo tóxico, a começar pelo caráter e a beligerância descontrolada, que avalia como perigoso para o futuro do Partido Republicano: "Na verdade, precisamos de uma filosofia de governo. Precisamos de competência gerencial. Precisamos de uma agenda política que fale à classe trabalhadora sem jogar fora algumas centenas de anos de crenças conservadoras."

Alguns acham que Trump tinha que ter dobrado a aposta ao "ser Trump", com seu estilo belicoso; outros acham que ele poderia ter feito mais se fosse capaz de conter esse ímpeto em alguns momentos. Qual lição extrair disso é o mais importante para a direita agora. Sabemos que os democratas jogam sujo, que a mídia é militante e desonesta, que com a patota "woke" é difícil travar qualquer debate civilizado. Mas nem por isso a conclusão óbvia é a de que o estilo tóxico de Trump deva ser emulado.

Eu, por exemplo, estou no segundo time: acho que ele poderia ter feito mais e até ter sido reeleito, apesar das mudanças nas regras do jogo e dos votos por correio, se tivesse moderado o tom em momentos delicados.

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