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Amoedo e Huck desistem, mas Ciro e Doria insistem
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A polarização entre Bolsonaro e Lula segue a todo vapor, após companheiros supremos melarem a Lava Jato só para soltar e tornar elegível o ex-presidente ladrão. Entre os "dois extremos" - uma esquerda radical corrupta e um governo de centro-direita constitucional e com ministérios técnicos e agenda reformista - a "meiuca" ficou um tanto perdida, procurando uma tal "terceira via".

Já falei antes do motivo do fracasso dessa suposta terceira via, mas repito o argumento central: são todos esquerdistas que passaram a demonizar o governo Bolsonaro, como se fosse ainda pior do que o lulopetismo, o que é uma premissa patética, ridícula. Se fosse de fato uma direita moderada, sem os excessos retóricos do bolsonarismo, e antipetista até a medula, pode ser que houvesse alguma chance. Não é este o caso.

Todos viram a postura populista e demagógica dessa patota, que olhava para Bolsonaro e enxergava o próprio vírus chinês - em sua variante P1 mais agressiva - e tecia comparações esdrúxulas entre o atual governo e a quadrilha petista que destruiu nosso país. São "isentões" que, como todo tucano, quando descem do muro o fazem invariavelmente do lado esquerdo, e caindo direto no colo do PT.

Diante desse quadro, o espaço para a "terceira via" ficou cada vez menor. Sergio Moro era um nome que despertava alguma expectativa, mas desde que saiu da forma que saiu do governo, preocupado com sua "biografia" e se tornando uma espécie de lacrador politicamente correto, viu suas chances minguarem e está mais preocupado com sua carreira na iniciativa privada, pelo visto.

O mesmo para Luciano Huck. O apresentador calcula cada postagem para ter impacto na elite cosmopolita culpada, ou seja, virou símbolo da esquerda caviar. Mas foi só o Faustão sair da Globo que sua ambição falou mais alto: entre ocupar o espaço aos domingos e ganhar mais alguns milhões ou disputar uma eleição com parcas possibilidades de vitória, Huck deve ter pesado na balança seu altíssimo custo de vida e optou pelo bom senso materialista. Sua família agradece.

Já Amoedo foi um caso um tanto patético. Ele foi "convidado" pelo diretório que comanda, apenas para "aceitar" e logo depois desistir. Todos os seus mil eleitores devem ter ficado frustrados, mas não passa muito disso. Amoedo deve ter percebido, no fundo, que sua estratégia estilo PSOL de falar em impeachment todo dia - se Bolsonaro espirrou em público já é motivo para tal pregação - não deu muito certo. Ele sabe que seria humilhante ter menos votos do que na última eleição, e isso certamente aconteceria - um castigo merecido por sua postura lamentável.

Mas a "terceira via" ainda conta com dois nomes de "peso": Ciro Gomes e João Doria. Ciro "retroescavadeira" Gomes resolveu focar seus ataques em Lula, na esperança de ser o nome da esquerda radical nas urnas, enquanto Doria tenta usar a máquina estatal para "convencer" prefeitos e seu próprio PSDB a apostarem em sua candidatura. O governador Agripino já disse que aceita prévias no partido, pois Eduardo Leite come pelas beiradas, enquanto atua nos bastidores para garantir a sua indicação.

Que Doria acredite ter mesmo chances, mesmo após toda a sua conduta terrível na pandemia, é algo simplesmente incrível. É confundir a bolha da mídia - boa parte dela sob forte influência de verbas estaduais - com o povo. Doria talvez seja um caso de unanimidade, que pode unir o Brasil - todos contra ele! Tirando a Vera Magalhães e alguns outros, quem realmente aprova a sua "gestão" calcada em puro marketing?

Nem Ciro, nem Doria têm possibilidades concretas de vitória. Outros nomes, como Alckmin pelo DEM, talvez, tampouco são realmente competitivos. Enquanto houver Lula, o povo buscará alguém oposto ao bandido socialista, e isso exclui outros socialistas, ainda que com perfume francês e fala mansa.

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