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A suposta isenção pode ser apenas covardia ou viés disfarçado
| Foto:
Momento do assassinato do cinegrafista Santiago Andrade por black blocs

Já falei da turma do “nem-nem” aqui, aqueles que nem são de direita, nem de esquerda, ou que não tomam um partido, nem o outro. São adeptos do “outroladismo”, pois em nome de uma suposta isenção, jamais podem criticar algo com mais convicção. Minto: podem sim, e fazem com freqüência. O lado que está com a razão.

O “isentismo” dos “moderados” quase sempre é covardia (na melhor das hipóteses) ou viés disfarçado (na pior delas). A postura da jornalista Míriam Leitão, que foi da esquerda jurássica a vida inteira e depois evoluiu um pouco, ilustra bem isso. Para poder criticar os xiitas petralhas em uma coluna recente, que adoram a espinafrar, teve que criticar com igual veemência Reinaldo Azevedo e minha pessoa.

Agora ela ataca novamente com seu “centrismo” absurdo, ao comentar a morte do colega cinegrafista. Primeiro, devemos perguntar o que ela entende por manifestação nessa passagem:

Lutamos para que as pessoas pudessem se manifestar, mas manifestação com agressão pode causar a morte de inocentes ou de trabalhadores. A manifestação é uma ferramente democrática, tem que acontecer, faz parte do processo democrático manifestar o desagrado, mas não atacando os profissionais de imprensa.

Estariam os mascarados black blocs se manifestando? Até este lamentável e trágico caso de morte, o que a turma de preto encapuzada fazia era “manifestação”? Quebrar carro de polícia é “manifestação democrática”? Reparem, ainda, na parte em negrito. Só não pode atacar profissionais de imprensa? Atacar policiais pode? Tudo bem?

Nem precisamos perguntar se a reação da mídia seria a mesma tivesse sido um policial militar o alvo do rojão dos criminosos, não é mesmo? Essa frase da jornalista Míriam Leitão deixa bem claro qual seria a resposta. Mas tem mais:

Segundo a Abraji, 102 jornalistas foram vítimas de agressão dos dois lados nessas manifestações – tanto da polícia quanto dos manifestantes. Foram olhados como se fossem alvo. Alguns manifestantes e policiais interpretam equivocadamente a nossa função na sociedade. 

Reparem que mesmo diante de um assassinato por parte dos black blocs a jornalista se recusa a escrever um texto condenando simplesmente tais vândalos assassinos. Ela precisa incluir na lista de ataques os policiais, em pé de igualdade. Tanto “manifestantes” como policiais precisam parar com a violência…

Míriam, quem joga coquetel Molotov é policial? Quem depreda patrimônio público é policial? Quem vai se “manifestar” de máscara é policial? Quem quebra vitrine de loja e banco é policial? Por acaso você chama isso tudo de “manifestação”? E a polícia não deve reagir, com força inclusive, para coibir tais crimes e restabelecer a ordem?

Sabemos de algumas coisas: se o rojão tivesse pego em um policial, a mesma imprensa que está de luto hoje estaria indiferente; se não houvesse imagens comprovando a autoria dos criminosos mascarados, boa parte da imprensa ainda estaria levantando suspeitas da própria PM como responsável; mesmo com tudo isso esclarecido, parte da imprensa é incapaz de simplesmente condenar com firmeza a ação de arruaceiros criminosos que fingem ser “ativistas” ou “manifestantes”.

É tudo muito lamentável. Falta mais coragem. Falta mais clareza moral. Esse tipo de “jornalismo”, ao se pretender moderado e isento, acaba apenas condenando o lado certo e enaltecendo o lado errado.

PS: Aproveito para perguntar se este senhor na foto abaixo pretende vir a público se retratar, pedir desculpas por ter defendido abertamente os vândalos mascarados com as mãos sujas de sangue inocente…

PS2: E este outro aqui, jornalista como dona Míriam, pretende se retratar também, ou vai manter que é favor do “quebra-quebra”, que isso não vandalismo coisa alguma? Boechat, não custa lembrar, é revoltado com tudo do estado, mas paradoxalmente elogia o ditador Fidel Castro…

httpv://youtu.be/2lffHdqksM4

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