• Carregando...
RIO DE JANEIRO, BRAZIL - MARCH 04: Members of Mangueira Samba School perform during the parade at 2019 Brazilian Carnival at Sapucai Sambadrome on March 04, 2019 in Rio de Janeiro, Brazil. Rio's two nights of Carnival parades began on March 03 in a burst of fireworks and to the cheers of thousands of tourists and locals who have previously enjoyed street celebrations (known as 'blocos de rua') all around the city. (Photo by Buda Mendes/Getty Images)
RIO DE JANEIRO, BRAZIL - MARCH 04: Members of Mangueira Samba School perform during the parade at 2019 Brazilian Carnival at Sapucai Sambadrome on March 04, 2019 in Rio de Janeiro, Brazil. Rio's two nights of Carnival parades began on March 03 in a burst of fireworks and to the cheers of thousands of tourists and locals who have previously enjoyed street celebrations (known as 'blocos de rua') all around the city. (Photo by Buda Mendes/Getty Images)| Foto:

Lamento informar, mas o Carnaval chegou ao fim. Minto: não lamento tanto assim. Sou da turma que implica um pouco com a festa hedonista, não tanto pelo hedonismo “irreverente” em si, mas sim pela hipocrisia e falta de educação dos foliões. Aturar “crítica social” de traficante e bicheiro é um pouco demais da conta. E esse ano foi o ano do lacre: os “progressistas”, munidos de recursos provenientes do crime e com o apoio da grande mídia, atacaram seus fantasmas fascistas e enalteceram as “minorias” e os socialistas.

A vereadora do partido que defende oficialmente a ditadura venezuelana, assassinada no Rio, foi canonizada pela escola de samba que tem lideranças na cadeia e envolvimento com milícia e tráfico. Marcelo Freixo, do mesmo PSOL, caiu no samba para realizar sua “justiça social”, enquanto o povo venezuelano sofre sob a opressão do companheiro Maduro. Tudo muito lindo e emocionante. A demagogia vende, ao menos no Leblon e na Vila Madalena.

Teve até Satanás matando Jesus, já que ofender só é problema quando o ofendido é da seita comunista ou do Islã. Mas já disse e repito: meu problema não é com o Carnaval em si, uma válvula de escape para um povo sofrido que precisa mergulhar em ilusões com suas fantasias, desafiando regras e normas como se não houvesse amanhã. Essa fuga pode até ser saudável, desde que o iludido caia na real depois. Ou seja, a quarta-feira de cinzas é a ressaca dos excessos temporários dos dias anteriores.

Ou não. Ou o entorpecido precisa continuar em busca de novos entorpecentes, já que a realidade é dura demais para suportar. E é aí que mora o verdadeiro perigo. Permanecer no Carnaval. Criar o Carnaval perpétuo, como brasileiros costumam fazer. Pular de distração em distração em busca da euforia artificial constante. Pão e circo! Como um bêbado que escolhe mais bebedeira como “solução” para evitar os males da ressaca. Genial!

Não ligaria tanto para os lacres, a hipocrisia, o sensacionalismo barato da maioria das escolas de samba e seus admiradores, se no dia seguinte a turma reconhecesse que aquilo tudo não passa de uma doce ilusão. Sou capaz até de sambar com Freixo (exagero, claro) se, depois, a reforma previdenciária for aprovada, as estatais forem vendidas, a carga tributária for simplificada e reduzida. Visto uma camisa de Marielle na Sapucaí se, no dia seguinte, o pessoal vestir a camisa da abertura comercial e fim de privilégios.

O Carnaval simplesmente não me interessa tanto. Estou mais preocupado com o que vem depois. O ano “começou”, minha gente. E é bom que o governo consiga aprovar as reformas. Caso contrário, o futuro do Brasil é quem vai dançar. E esse samba-enredo, que conhecemos tão bem, não tem a menor graça.

Rodrigo Constantino

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]