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Obama Raul Castro

O presidente Obama conseguiu melhorar as relações dos Estados Unidos com somente dois países no mundo todo: Irã e Cuba. Isso diz muito de seu viés ideológico. Mas o fato é que a aproximação com o regime cubano poderá prejudicar os desertores do regime ditatorial, os médicos que aproveitam o maior programa de exportação de escravos do mundo para fugir do inferno socialista. A notícia no GLOBO mostra como mais de mil deles, hoje na Colômbia aguardando um visto, poderão ser prejudicados pelo acordo entre Obama e Raúl Castro:

Alguns chegaram em pleno verão colombiano, em dezembro do ano passado, justamente quando os presidentes Barack Obama e Rául Castro anunciavam o início de um longo processo de reaproximação. Mas os mais de mil profissionais médicos cubanos — alguns falam de até 1.700 — que desertaram do programa Misiones Bolivarianas na vizinha Venezuela e vivem numa espécie de “limbo migratório” no país, não viram sua condição melhorar com o histórico discurso que pôs fim a um degelo de mais de cinco décadas. Pelo contrário, alguns acreditam que o processo tenha agravado sua situação.

Até novembro do ano passado, a embaixada americana em Bogotá tinha a fama de ser a mais rápida no trâmite que garante aos cubanos um visto para trabalhar nos Estados Unidos. Eles são amparados pelo Programa para Profissionais Médicos Cubanos (CMPP, na sigla em inglês), criado em 2006 pelo governo de George W. Bush. Segundo o projeto, os profissionais médicos desertores podem se incorporar por conta própria ao sistema de saúde no país — o que nem sempre é fácil.

Alexánder Martínez Rojas, fisioterapeuta que trabalhou por dois anos e meio em Mayabeque, na Venezuela, chegou à capital colombiana em abril e teve o visto negado. Ilegal, sabe que pode ser deportado para Cuba. Mesmo assim, ele e outros compatriotas preparam uma manifestação para sábado.

— O processo, que antes não levava dois meses, está cada vez mais lento. Não temos dúvidas de que Cuba esteja pressionando o governo americano para que ele acabe com o programa — conta ao GLOBO, por telefone, de Bogotá. — Agora, entre 1.500 e 1.700 cubanos estão sem acesso ao sistema de saúde e sem poder trabalhar. Deixei a Venezuela porque as condições não eram as melhores por causa da crise, mas, desde que estou aqui, tivemos mais vistos negados do que aprovados. Somente no dia em que recebi o e-mail da Embaixada dos EUA, outros oito cubanos tiveram o documento negado.

[…]

— Não seria ilógico pensar que o governo está novamente curvando-se a outra demanda irracional dos opressores mais notórios do Caribe — afirmou a deputada Ros-Lehtinen, referindo-se a declarações do governo cubano que incluíam o fim do programa como uma das exigências para a normalização das relações entre os países.

Ou seja, enquanto o “insensível” e “desumano” George W. Bush tomou uma medida importante para beneficiar esses imigrantes cubanos desesperados, o “abnegado” e “sensível” Barack Obama vai à contramão e, ao apertar a mão suja de sangue do ditador de Cuba, acaba punindo aqueles que buscam um refúgio em solo livre americano. Mas a esquerda tem o monopólio da virtude, ao menos no discurso, então Bush continua visto como o próprio Demo em pessoa, enquanto Obama ganha o Nobel da Paz antes mesmo de começar a governar. A retórica vale mais do que os atos, infelizmente.

Rodrigo Constantino

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