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Alta de juros nos Estados Unidos e guinada de Dilma à esquerda: combinação explosiva que vai quebrar o Brasil de vez!
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O Federal Reserve, o banco central americano, subiu a taxa básica de juros para 0,25% ao ano (isso mesmo, ao ano), conforme esperado pelo mercado. Trata-se da primeira elevação em vários anos, uma vez que a taxa de juros americana parecia o eletrocardiograma de um defunto. O que isso significa para o Brasil?

Quando a principal e maior economia do planeta sobe o retorno para o capital em seu quintal, isso representa um maior custo de oportunidade para se investir em países emergentes. Explicando melhor: o grande investidor começa a ter algum retorno em local mais seguro, e cobra mais para se arriscar em terras subdesenvolvidas, com menor confiança nas regras do jogo.

Está certo que 0,25% ao ano ainda é muito pouco, e não chega perto de nossa taxa de juros, mesmo a real (descontada a inflação). Estamos falando da segunda derivada, da tendência. Se o Fed continuar no caminho de abandono da expansão monetária e agir com mais ortodoxia, ficará mais atraente manter a poupança no solo americano, em ativos mais seguros.

O fluxo de capital se inverte: do tsunami monetário criticado por Dilma, teremos mais saída ainda de países como o Brasil, pressionando o câmbio e o valor de nossos ativos. Isso, por si só, já seria suficiente para fazer o dólar subir em relação ao real e o Ibovespa cair. Mas claro que não é “apenas” isso: em meio à decisão do Fed, temos os problemas criados pelo próprio governo petista.

A agência de risco Fitch rebaixou nosso grau de investimento, seguindo a decisão que a S&P já havia tomado. Somos quase “junk”, ou seja, não somos confiáveis e vários investidores grandes sequer podem, por estatuto, alocar recursos em nossos ativos, considerados arriscados demais. A decisão tem ligação com a total bagunça nas contas públicas, destruídas pelo governo Dilma.

A presença de Joaquim Levy na Fazenda era uma tentativa de conquistar os investidores, mais com palavras do que com ações. Ficou claro que o economista de Chicago é apenas uma marionete usada por Dilma. A ficha caiu, e a meta fiscal foi jogada no lixo. Dilma acena cada vez mais com uma guinada à esquerda: é a volta dos que não foram, dos “desenvolvimentistas” que sempre controlaram o show em seu governo.

O que significa essa “mudança” de rumo? Que o governo vai abandonar de vez qualquer aparência de ajuste fiscal e voltar a “sentar o pau na máquina”, ou seja, estimular o consumo com mais gastos públicos e crédito, mesmo com as contas do governo no vermelho com um déficit nominal de quase 10% do PIB. É o desejo dos “economistas” da Unicamp, de Belluzzo e companhia, da própria Dilma.

O resultado? O Brasil vai quebrar de vez! A política expansionista agressiva do Fed permitiu sobrevida aos governos irresponsáveis mundo afora, pois abundava liquidez e os investidores, apavorados sem retorno em casa, fechavam os olhos para os absurdos dos emergentes. Isso não será mais assim à frente. Os equívocos serão punidos com mais rigor. A retirada de recursos será maior quando governos agirem de forma irresponsável nas finanças públicas.

O dólar, que já está perto de R$ 4,00, poderá ir facilmente para R$ 5,00 ou mesmo R$ 6,00. Se alguém como Belluzzo, Mercadante ou Barbosa assumir o ministério da Fazenda, justo no momento em que o Fed inicia seu gradual processo de retorno à normalidade das taxas de juros, o resultado terá efeito ampliado. O Brasil já não é a noiva queridinha de investidor algum; mas, nesse caso, seria a maior mocreia da festa, o Belzebu de que todos querem distância, ainda mais sóbrios, sem o efeito do excesso de liquidez no organismo.

Enfim, se a receita inflacionista for retomada a todo vapor, o Brasil quebra de vez. Não fica pedra sobre pedra. A inflação continuará acima de 10% ao ano, mesmo com uma recessão que mais parece uma depressão. O desemprego poderá chegar a 20%. O rombo fiscal será praticamente irreversível, levará anos, décadas até ser ajustado com muitas reformas estruturais (liberais) depois das cinzas.

O encontro com a realidade é inevitável. Os “desenvolvimentistas” podem brincar de faz de conta no governo, mas quem vai pagar o pato, novamente, será o povo, principalmente os mais pobres. Se Dilma não sofrer impeachment, o país vai a pique. É simples assim.

Rodrigo Constantino

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