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Apesar da depressão econômica, inflação vem alta e acumula quase 10% em 12 meses
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 0,78% em maio, após alta de 0,61% em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Trata-se do maior nível para o quinto mês do ano desde 2008, quando ficou em 0,79%. O IPCA é o índice oficial de inflação do país e serve, por exemplo, como baliza para o regime de metas de inflação adotado pelo Banco Central (BC).

No acumulado do ano até maio o IPCA ficou em 4,05%, inferior aos 5,34% registrados no mesmo período do ano passado. Já em doze meses a taxa ficou em 9,32%, levemente acima dos 9,28% relativos aos doze meses imediatamente anteriores. Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 0,75% , acumulando em 12 meses alta de 9,29%. Em maio de 2015 o IPCA fora de 0,74%.

O professor Ricardo Bergamini analisa: “A taxa de água e esgoto, do grupo Habitação (1,79%), se destacou pela alta de 10,37%, constituindo-se no item de maior contribuição individual no mês, com 0,15 p.p. Isto ocorreu diante da pressão exercida pela região metropolitana de São Paulo, onde a variação do item atingiu 41,90%, expressando os efeitos do fim do Programa de Incentivo à Redução do Consumo de Água, cancelado pela Deliberação n° 641 da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP), de 30 de março de 2016. Além do fim da concessão de bônus por redução e de ônus por aumento de consumo de água, que vinha sendo praticada pelo Programa, passou a vigorar, em 12 de maio, reajuste de 8,40% sobre o valor das tarifas”.

“O Índice de maio foi caracterizado pela volta da pressão dos administrados”, disse a economista do IBGE Eulina Nunes dos Santos. O IBGE informou ainda que o grupo Alimentação e Bebidas foi a segunda maior influência de alta do IPCA no mês, com 0,20 ponto percentual, embora o avanço tenha desacelerado a 0,78% em maio, contra 1,09% no mês anterior.

Sempre haverá algum culpado. Afinal, o índice de inflação mede uma cesta de preços, e se ele sobe quer dizer que há itens puxando para cima o total. Mas o fato inegável é que a pressão nos preços continua, e não só nos preços administrados pelo governo, que tem ajustado tais tarifas para a realidade após anos de represamento populista da gestão petista.

Inflação é sempre e em todo lugar um fenômeno monetário, dizia Milton Friedman. Quem faz associação direta entre nível de atividade econômica e inflação não entendeu direito o funcionamento da economia (a esses, ofereço meu curso online “Bases da Economia”, onde explico em detalhes isso e outras coisas).

A turma de desenvolvimentistas da Unicamp deve estar coçando a cabeça agora, buscando bodes expiatórios, inventando desculpas. Mas a inescapável realidade é que essa gente produziu esse quadro de forte queda da atividade econômica somada a uma persistente inflação alta. O PIB cai quase 4% ao ano, e a moeda perde cerca de 10% de valor ao ano.

Espera-se que com o novo comando do Banco Central isso mude. Passou da hora de ouvir os economistas “progressistas”. É a vez de escutar os liberais, que sabem quais são as causas do processo inflacionário.

Rodrigo Constantino

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